Brasil lança novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial durante a 5ª CNCTI, com investimento de R$ 23 bilhões.
O Brasil tem agora um novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (30), durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).
O plano, encomendado por Lula ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) no início do ano, visa nortear o desenvolvimento e a aplicação ética e sustentável da inteligência artificial no Brasil.
Segundo o governo, são cinco os eixos de ação:
- 1) Infraestrutura e Desenvolvimento de IA;
- 2) Difusão, Formação e Capacitação em IA;
- 3) IA para Melhoria dos Serviços Públicos;
- 4) IA para Inovação Empresarial;
- 5) Apoio ao Processo Regulatório e de Governança da IA.
O investimento projetado pelo PBIA é de R$ 23 bilhões, que virão do orçamento, do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), de contrapartidas do setor privado, entre outras fontes de recursos.
"Precisamos levar a IA para o chão de fábrica para que o Brasil tenha de fato produtividade e competitividade, e para que isso repercuta economicamente para toda a nação. Esse é o compromisso do MDIC", afirmou o ministro em exercício do MDIC, Márcio Elias Rosa, que representou no evento o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial
Parte do PBIA, o Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial (OBIA) funcionará sob responsabilidade do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), visando se tornar a principal plataforma de monitoramento dos usos da IA no país.
Entre os objetivos deste eixo, estão: compilar, registrar e prover informações sobre os avanços das tecnologias de IA, possibilitando análises sobre sua adoção e os seus principais impactos sobre a sociedade.
“Para o NIC.br, que há quase duas décadas têm conduzido ações e projetos em prol da Internet e participado ativamente de debates nacionais associados aos processos de transformação digital no Brasil, é uma relevante e natural extensão de suas atividades de levantamento, troca de dados e estímulo à interconexão", disse em comunicado o diretor-presidente do NIC.br, Demi Getschko.
"O uso da Inteligência Artificial é uma tendência irrefreável. Precisamos monitorar, para conseguir compreender os impactos dessa tecnologia no país”, incluiu Getschko.
Além da participação de profissionais dos diversos departamentos do NIC.br, o OBIA terá uma rede de parceiros externos, como o Centro de Gerenciamento e Estudos Estratégicos (CGEE), a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), o Centro de Inteligência Artificial da USP (Center for Artificial Intelligence – C4AI) e outros.
Como será o trabalho?
O observatório reunirá dados brasileiros sobre uso e adoção de IA por diferentes setores, como educacional, empresarial, governamental, saúde e outros.
Além disso, funcionará como repositório de documentos orientadores na área, oriundos de todos os locais do mundo e, numa terceira linha, funcionará como “ponto de troca de informações” entre os centros de IA operando no Brasil: o IAX.
Todos os dados levantados serão públicos e poderão ser acessados no portal do OBIA.