A estreia em Nova York do filme “A Entrevista”, uma comédia da Sony Pictures sobre o assassinato do presidente norte-coreano, Kim Jong-Un, foi cancelada, e uma fonte disse que uma rede de cinemas havia suspendido planos para exibir o filme, após ameaças feitas por um grupo de hackers.
Os hackers, que disseram também ser responsáveis por invadir os sistemas da Sony Corp no mês passado, alertaram na terça-feira para que as pessoas ficassem longe dos cinemas que exibissem o filme estrelado por James Franco e Seth Rogen, e obscuramente relembraram os cinéfilos sobre os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
“Recomendamos que vocês se mantenham distantes desses lugares nesse período”, escreveram os hackers. “(Se sua casa for próxima, é melhor você sair)."
Uma porta-voz da Landmark, que iria realizar a sessão de estreia do filme em sua sala no Lower East Side, em Nova York, na quinta-feira, disse por email que a exibição seria cancelada, mas não explicou os motivos.
Uma porta-voz da Sony não comentou imediatamente sobre a ameaça.
Executivos da Sony disseram aos donos de cinemas que não cancelariam a distribuição, mas acrescentaram que não teriam objeções se eles decidissem cancelar exibições, de acordo com uma pessoa familiar às discussões.
A Carmike Cinemas, operadora de 278 cinemas em 41 Estados, informou a Sony na terça-feira que não exibiria o filme, disse essa pessoa. Executivos da Carmike não estava disponíveis para comentários na noite de terça-feira, segundo um porta-voz.
Um representante do Departamento de Segurança Nacional dos EUA e outras agências de segurança disseram que investigações não haviam encontrado nada concreto que pudesse significar uma ameaça.
“Neste momento, não há inteligência de credibilidade que indique uma trama ativa contra cinéfilos dentro dos EUA”, disse o representante do departamento.
Departamentos de polícia em Los Angeles e em Nova York, no entanto, disseram estar considerando os alertas com seriedade.
O governo da Coreia do Norte classificou o filme como um “disfarçado patrocínio do terrorismo, assim como um ato de guerra”, em uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
(Reportagem adicional de Supriya Kurane, Aron Ranen, Piya Sinha-Roy, Dan Levine, Lisa Richwine and Curtis Skinner)