O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira que adicionou gigantes chineses de tecnologia, incluindo a líder de videogames e mídia social Tencent Holdings e a fabricante de baterias para veículos elétricos CATL, a uma lista de empresas que, segundo ele, trabalham com os militares da China.
Além da Tencent, empresa controladora do aplicativo de comunicação WeChat, e da CATL, os EUA incluíram na lista a fabricante de chips Changxin Memory Technologies (CXMT), a Quectel Wireless e a fabricante de drones Autel Robotics.
A lista atualizada anualmente de empresas militares chinesas, formalmente exigida pela lei dos EUA como a "lista da Seção 1260H", designou 134 empresas, de acordo com um aviso publicado nesta segunda-feira.
Um porta-voz da Quectel disse que a empresa "não trabalha com os militares de nenhum país e pedirá ao Pentágono que reconsidere sua designação, que claramente foi feita por engano".
As outras empresas e a Embaixada da China em Washington não responderam às solicitações ou não comentaram imediatamente.
Em meio a relações tensas entre as duas maiores economias do mundo, a lista atualizada é uma das várias ações que Washington tomou nos últimos anos para restringir empresas chinesas que, segundo o governo dos EUA, representam riscos à segurança do país.
Os parlamentares dos EUA pressionaram o Pentágono ao longo de 2024 para adicionar algumas das empresas à lista.
Embora a designação não envolva proibições imediatas, ela pode ser um golpe para a reputação das empresas afetadas e representa um aviso severo para as entidades e empresas dos EUA sobre os riscos de realizar negócios com elas. Isso também pode aumentar a pressão sobre o Departamento do Tesouro dos EUA para que sancione as empresas.
Duas companhias listadas anteriormente, a DJI, fabricante de drones, e a Hesai Technologies, fabricante de sistemas Lidar, processaram o Pentágono no ano passado por terem sido incluídas na relação anteriormente. Elas, porém, seguem aparecendo na lista atualizada.
O Pentágono também removeu seis empresas que, segundo o departamento, não atendiam mais aos requisitos para a designação, incluindo a empresa de inteligência artificial Beijing Megvii Technology, China Railway Construction Corporation (CRCC), China State Construction Group e China Telecommunications Corporation.