Uma descoberta histórica no Egito revelou um papiro de 16 metros de comprimento pela primeira vez em um século. Fazendo escavações na região de Saqqara, arqueólogos desenterraram o objeto praticamente intacto. As informações foram compartilhadas pelo secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mostafa Waziri, em um discurso na semana passada.
A região da descoberta é uma vasta necrópole da antiga capital egípcia Memphis, um Patrimônio Mundial da Unesco, que abriga mais de uma dúzia de pirâmides, locais de sepultamento de animais e antigos mosteiros cristãos.
De acordo com Waziri, o papiro foi traduzido e contém textos do Livro Faraônico dos Mortos, manual funerário que se acredita datar do início da era do Novo Reino do Egito (1539-525 a.C).
Apesar de um nome sinistro, o livro contém instruções para funerais e sobre a melhor forma de ajudar um egípcio falecido a viajar para o submundo e a vida após a morte.
Livro dos mortos
O objeto, no entanto, não consiste em um livro na maneira como estamos habituados: em vez disso, diversos papiros foram feitos e colocados em caixões separados. Ao todo foram contabilizados cerca de 200 "feitiços" compondo o "Livro dos Mortos".
Os feitiços mais famosos têm relação com a Pesagem do Coração, processo em que o órgão do falecido era pesado à luz a deusa da verdade e da justiça, Maat, para averiguar se o morto teve uma vida boa e poderiam entrar na vida após a morte. Maat é irmã de Osíris, o deus do julgamento, do além e da vegetação, sendo considerado um dos mais importantes e populares da mitologia egípcia.
O papiro gigante, batizado de "Papiro de Waziri", ficará em exposição no Museu Egípcio.