Em vez de brigar com os alunos que não desgrudam de seus celulares e tablets em sala de aula, cada vez mais professores usam a tecnologia a seu favor. Mas nem todos dominam ou mesmo conhecem tudo o que a internet oferece nesse campo.
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Como diretor de tecnologia educacional do Weducation, iniciativa que reúne escolas tradicionais de São Paulo, Marcelo de Freitas Lopes trabalha na formação de educadores para o uso dos aplicativos do Google na sala de aula. Com a sua ajuda e a do professor de história e filosofia Fernando Rosário, o Terra elaborou 10 sugestões de uso das tecnologias do gigante de buscas para a escola. Confira.
Preparar aulas
Além da pesquisa tradicional do site de buscas, o Google Acadêmico permite que o professor consulte diferentes trabalhos com as certificações formais da academia e mantenha sua aula sempre atual. O professor de história e filosofia Fernando Rosário, do Colégio Internacional EMECE, de São Paulo, compartilha o conteúdo com os alunos, deixando que eles façam suas interpretações e debatam a partir delas.
Trabalhos em grupo no Drive
Ferramentas como o documento ou a planilha do Google Drive permitem que múltiplos usuários editem um trabalho ao mesmo tempo, o que facilita a construção de trabalhos coletivos.
Se o Drive facilita a vida dos estudantes para trabalhar em equipe, também ajuda o professor a acompanhar o desenvolvimento da tarefa e verificar o que cada estudante produziu no documento. Rosário comenta que os trabalhos em grupo começaram a funcionar melhor. “Antes nem todos os alunos participavam, alguns pediam para os colegas colocarem seus nomes nos trabalhos. Agora isto não funciona mais, o que valoriza também aqueles que se dedicam, porque é mais fácil reconhecer o esforço deles.”
Sem Ctrl+C Ctrl+V
Desmascarar plágios da internet fica mais fácil no Google Drive. Basta o professor selecionar o trecho do texto e clicar com o botão direito que uma coluna de pesquisa do próprio Google é aberta sem precisar sair do documento.
Formulário do Drive (flubaroo)
Rosário comenta que o uso dos formulários, somado ao aplicativo flubaroo, motivou os alunos a cumprir os deveres de casa. Segundo o professor, os alunos inclusive fazem a tarefa ainda em aula.
Após a explicação de um conteúdo, ele elabora questões de múltipla escolha e coloca no formulário. Com o flubaroo, é possível criar um gabarito e depois ver o desempenho de cada estudante. O que, para o professor, aumenta o esforço na hora de responder. “Ninguém quer pagar o mico de acertar poucas respostas em comparação aos colegas, então eles capricham mais.”
Acompanhando a performance de cada aluno de forma mais rápida e eficiente do que olhando cadernos de toda uma turma, é mais fácil identificar dificuldades e dar um retorno para os estudantes.
Classroom
É um aplicativo criado especialmente para a educação. Permite a criação de uma sala de aula virtual onde o professor pode organizar tarefas e medir os desempenhos de alunos, além de compartilhar documentos. Diferentemente de outras plataformas de ensino a distância, no Classroom, os alunos também podem criar e compartilhar documentos, com a aprovação do professor.
Fim da cópia no caderno
Aquela aula tradicional, em que o professor escreve no quadro negro e a turma copia, é deixada de lado. Rosário, por exemplo, monta apresentações com slides e depois encaminha para os alunos pelo Classroom. As anotações ficam restritas àquilo que os estudantes acharem importante salientar para seus estudos.
Conferências via Hangout
Muitas vezes o professor quer levar um convidado para explicar um determinado assunto na aula, mas conciliar a agenda é difícil. Se o palestrante for de outra cidade, o problema é ainda maior. O Hangout do Google Plus pode ser a solução. Com ele, o contato pode ser feito por meio de vídeo conferência, inclusive com a participação de mais interlocutures. A conversa ainda pode ser transmitida ao vivo e depois ficará salva no YouTube. A ferramenta também pode ser útil para alunos que, por alguma razão, faltaram a aula.
Google Earth
“O que as pessoas conhecem do Google Earth é só a ponta do iceberg.” É o que diz o professor Marcelo de Freitas Lopes. Ele explica que o programa permite que o professor crie apresentações em cima das imagens.
Outro recurso pouco conhecido é o Ocean View. Enquanto o Street View permite que os usuários visualizem ruas, como se estivessem caminhando por elas, o Ocean View oferece experiência semelhante em alguns pontos dos oceanos. Lopes lembra que uma professora relatou ter utilizado o programa para explicar o que eram recifes de corais, apresentando a barreira de corais australiana.
Instituto Cultural Google
Após uma aula sobre Revolução Francesa, Rosário convidou seu alunos para conhecer o Palácio de Versalhes. Sem sair da sala de aula, utilizou o Google Cultural Institute. A ferramenta é parecida com o Street View, mas dirigida a monumentos históricos, museus e maravilhas do mundo.
Para Rocha, a experiência auxiliou os alunos a entenderem as razões da revolução. “Quando eles visualizam todo aquele luxo e descobrem que aquilo era sustentado pelos impostos de uma população miserável, é fácil entender a revolta.”
Youtube.com.br/edu
O YouTube já é bastante reconhecido como um bom aliado para o ensino de conteúdos com o auxílio de seus vídeos tão diversos. No entanto, professores podem ter dificuldades para filtrar somente os materiais educativos. A solução está no youtube.com.br/edu. Com curadoria da Fundação Lemann, a plataforma contém apenas materiais voltados para a educação.