FMI: "Inteligência artificial vai afetar quase 40% dos empregos"

A implementação crescente da IA por empresas e trabalhadores pode resultar em benefícios. mas trará muitos desafios para a força de trabalho global

15 jan 2024 - 15h18

Quase 40% dos empregos em todo o mundo estão sob a ameaça do avanço da Inteligência Artificial (IA), revela o Fundo Monetário Internacional (FMI). A chefe do FMI, Kristalina Georgieva, enfatiza que esta tendência é provável de intensificar a desigualdade global.

Inteligência artificial vai afetar quase 40% dos empregos
Inteligência artificial vai afetar quase 40% dos empregos
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Em uma declaração recente à France-Presse (AFP), Georgieva incentiva os governos a implementarem redes de segurança social e programas de reciclagem para mitigar os impactos dessa tecnologia. "Na maioria dos cenários, a IA provavelmente piorará a desigualdade geral, uma tendência preocupante que os formuladores de políticas devem abordar proativamente para evitar que a tecnologia estimule ainda mais as tensões sociais".

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No Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos, Suíça, Georgieva ressalta a necessidade de enfrentar as consequências sociais da crescente influência da tecnologia.

A implementação crescente da IA por empresas e trabalhadores pode resultar em benefícios e desafios para a força de trabalho global, observa Georgieva. Ela alerta que os impactos serão mais profundos nas economias avançadas, onde os trabalhadores de colarinho branco estão mais propensos a serem afetados do que seus colegas de colarinho azul.

Em economias desenvolvidas, cerca de 60% dos empregos podem ser impactados pela IA, sendo que metade deles poderá se beneficiar com a maior produtividade gerada pela tecnologia. No entanto, a outra metade enfrenta o risco de perda de empregos, salários mais baixos e redução na contratação.

Dados da FMI apontam que os mercados emergentes, como Índia e Brasil, e em países de baixa renda, como Burundi e Serra Leoa, a IA também deve afetar significativamente o emprego, atingindo 40% e 26%, respectivamente. Georgieva destaca que muitos desses países carecem de infraestrutura e mão de obra qualificada para aproveitar os benefícios da IA, aumentando o risco de a tecnologia agravar as disparidades econômicas.

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Georgieva adverte ainda que o uso generalizado da IA pode aumentar as chances de agitação social, especialmente se os trabalhadores mais jovens adotarem a tecnologia para aumentar sua produção, enquanto os trabalhadores mais experientes lutam para acompanhar o ritmo do avanço tecnológico.

"Muitos desses países não têm infraestrutura ou mão de obra qualificada para aproveitar os benefícios da IA, aumentando o risco de que, com o tempo, a tecnologia possa piorar a desigualdade", finalizou Georgieva.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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