Pesquisadores descobriram fóssil bem preservado de pterossauro Skiphosoura bavarica em Baviera, Alemanha, preenchendo uma lacuna na evolução desses répteis voadores.
Há aproximadamente há 147 milhões de anos, em Baviera - Alemanha, existia um pterossauro com cerca de dois metros de envergadura, uma crista óssea na parte frontal do focinho e uma boca repleta de dentes afiados.
Recentemente, pesquisadores descobriram um fóssil bem conservado dessa espécie, conhecida como Skiphosoura bavarica, uma descoberta que preenche uma importante lacuna no entendimento da evolução desses antigos répteis voadores, seres fundamentais nos ecossistemas durante a Era dos Dinossauros.
Skiphosoura viveu no término da Era Jurássica. Ele é anatomicamente transitório entre os pterossauros de cauda longa que surgiram cerca de 80 milhões de anos, durante o Triássico, e os de cauda curta que, mais tarde, se transformaram nos gigantes do Cretáceo, como o Quetzalcoatlus, cuja envergadura seria comparável à de um avião.
O paleontólogo David Hone, da Universidade Queen Mary de Londres, autor principal do estudo publicado nesta segunda-feira (18) na revista Current Biology, comentou sobre como o Skiphosoura fornece informações sobre a evolução dos pterossauros.
"Também traz outros achados de pterossauros que já tínhamos feito para o foco, explicando melhor onde eles se encaixam na árvore genealógica dos pterossauros e nos permitindo mostrar essa transição das formas iniciais para as tardias —e ver quais características estavam mudando em que ordem", afirmou Hone.
O ser, conhecido cientificamente como "cauda de espada da Baviera", possuía uma cauda curta e dura. O exemplar possui a maior parte dos ossos do esqueleto preservados em três dimensões, ao invés de serem esmagados e planos como muitos fósseis. Em 2015, foi descoberto no estado alemão.
O Skiphosoura teria sido um dos maiores voadores em seu ecossistema. Seu crânio tinha cerca de 25 cm de comprimento.
"Os esqueletos de pterossauros são realmente frágeis, pois seus ossos são muito finos, então muitas vezes se desintegram ou estão esmagados quando preservados. Os dentes são bastante longos e afiados. Eles são para perfurar e segurar", disse Hone.
"Provavelmente era um predador generalista de presas pequenas, como lagartos, pequenos mamíferos, grandes insetos e talvez peixes. Provavelmente vivia no interior, talvez em florestas" afirmou o paleontólogo.
O paleontólogo e coautor do estudo Adam Fitch, do Museu Field em Chicago, comentou que: "Por mais de 150 milhões de anos, os pterossauros criaram, abriram e mantiveram inúmeros papéis ecológicos posteriormente ocupados por aves vivas e seus parentes mais próximos, desde caçar presas oceânicas em voo até perseguir presas terrestres a pé”.