Foto de Lula com estilhaço no peito gera debate no Twitter

O registro, feito com técnica de múltipla exposição, é de Gabriela Biló. O escritor Lira Neto falou em "perversa adulteração da realidade". "Você pode discordar do meu olhar, tudo bem", afirmou a fotógrafa

19 jan 2023 - 13h28
(atualizado às 16h16)
Foto: Núcleo Jornalismo

A imagem principal da capa da edição impressa da Folha de S.Paulo desta quinta-feira, 19,  é uma foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita com técnica de múltipla exposição, que mostra um estilhaço na altura do coração do chefe do Executivo.

O registro é de Gabriela Biló, um dos nomes mais notáveis do atual fotojornalismo brasileiro.

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A foto rendeu críticas como a da filósofa Marcia Tiburi, que perguntou se a imagem é uma sugestão de que Lula "leve um tiro no coração". Ela chegou até a sugerir que a fotojornalista fosse "intimada" para esclarecer a composição.

Já o escritor Lira Neto usou termos como "pós-verdade", "manipulação da informação" e "perversa adulteração da realidade" para descrever o registro.

 

Múltipla exposição

Primeiro é importante esclarecer que o efeito é produzido na própria máquina fotográfica, sem passar por softwares de edição de imagem como o Photoshop.

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"As duplas exposições (ou múltiplas) consistem essencialmente em tirar duas ou mais fotos em um único frame. Basicamente, vamos 'sobrepor' uma imagem em cima da outra, não permitindo que sua câmera avance o filme para o próximo fotograma", explica o fotógrafo Albert Roig.

Como se pode perceber, trata-se de uma técnica que vem da fotografia analógica, mas que também pode ser obtida por meio de câmeras digitais, como as que Biló — e praticamente todos os fotojornalistas contemporâneos — usa.

A fotógrafa respondeu às críticas dizendo que não vai "dizer o que você tem que ver" e que cada um "pode ter o seu olhar, discordar do meu, tudo bem, o mundo é plural".

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