Mais de 11 milhões de ataques de malware foram realizados por hackers nos últimos quatro anos, sendo que o Brasil foi o país que mais sofreu com esses ataques seguido de Estados Unidos e Índia.
Mais de 11 milhões de ataques de malware foram realizados por hackers nos últimos quatro anos, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (9) pela NordPass, companhia que gerencia senhas.
O Google, Facebook e as contas da Microsoft estão entre os principais domínios alvos.
A pesquisa também mostra que os usuários que mais sofreram com os ataques foram do Brasil, com 9,6 milhões de usuários da internet afetados.
Conforme os dados do estudo, de 2020 a 2022, o número de crimes cibernéticos com malware aumentou de 600 mil para quase 5 milhões. Nos primeiros nove meses de 2023, foram relatados mais de 2,7 milhões de casos.
"Notamos que os cibercriminosos estão usando técnicas de hacking cada vez mais sofisticadas e direcionando seus ataques com mais precisão, inclusive em direção a instituições governamentais e infraestrutura crítica", diz Tomas Smalakys, diretor de tecnologia (CTO) da NordPass.
A pesquisa mostra que os ataques estão se tornando mais direcionados, em busca de nichos específicos. Um exemplo foi um caso na Bélgica, em que legisladores da capital do país descobriram malware em seus telefones. A partir disso, houve uma preocupação adicional sobre a segurança do trabalho de defesa confidencial da UE.
Instituições governamentais espalhadas pelo mundo, como o FBI (Departamento de Investigação Federal, em português), a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), entre outras, alertam há anos sobre uma perigosa campanha de malware que tem infectado dispositivos em todo o mundo.
Pesquisadores independentes pontuaram três aspectos sobre a situação dos ataques hackers: quais países mais sofrem com os ataques, quais credenciais são mais vazadas e qual tipo de malware os usuários da internet caem mais facilmente.
Países com mais vítimas de ataques cibernéticos
O Brasil ganha disparado entre os países que mais sofrem ataques cibernéticos no mundo, com 9,6 milhões de usuários afetados. Em segundo lugar, os Estados Unidos, com 6,96 milhões e a Índia em terceiro, com 6,91 milhões.
Embora nenhum país europeu tenha entrado no top 10, a França ocupa o 15º lugar e lidera o maior número de usuários afetados por malware na Europa.
- Brasil — 9.659.846 usuários afetados
- EUA — 6.966.426 usuários afetados
- Índia — 6.914.742 usuários afetados
- Indonésia — 5.354.246 usuários afetados
- Vietnã — 3.611.798 usuários afetados
- Egito — 3.516.376 usuários afetados
- México — 3.042.467 usuários afetados
- Filipinas — 2.926.483 usuários afetados
- Turquia — 2.888.663 usuários afetados
- Paquistão — 2.849.788 usuários afetados.
Credenciais roubadas
Ao analisar quais credenciais online estão na mira dos hackers, os pesquisadores constataram que os servidores de nuvem, contas de e-mail e plataformas de mídia social são os alvos principais.
Segundo Smalakys, os cybercriminosos normalmente procuram lucro financeiro. Com os ataques por malware, é possível exigir resgate, vender informações ou explorar as contas comprometidas de outras formas.
Veja os principais domínios com contas roubadas:
- accounts.google.com – 8,2 milhões de dados roubados
- facebook.com – 5,9 milhões de dados roubados
- login.live.com – 5,6 milhões de dados roubados
- m.facebook.com – 3,2 milhões de dados roubados
- Instagram.com — 3,1 milhões de dados roubados
- discord.com – 3,1 milhões de dados roubados
- netflix.com – 3 milhões de dados roubados
- roblox.com – 2,8 milhões de dados roubados
- com.facebook.katana – 2,5 milhões de dados roubados
- amazon.com – 2,4 milhões de dados roubados
Como se proteger contra hackers?
O primeiro passo é ter cuidado com os e-mails, pois é por lá que ocorrem mais ataques, seja por spam ou phishing, que enviam links ou anexos prejudiciais. Além disso, navegar online e clicar em em pop-ups, por exemplo, também pode levar a visitar sites maliciosos que baixam malware acidentalmente.
Uma das melhores formas de se proteger é utilizando um software de antivírus para detectar e remover os malwares dos dispositivos, tanto em um computador como nos celulares.
Manter todos os sistemas operacionais e aplicativos atualizados é outro passo importante para se proteger, uma vez que quando um sistema é atualizado, geralmente há mecanismos de segurança e correções de bugs incluídos.
Por fim, um gerenciador de senha pode ser muito útil. Não apenas para que o usuário se lembre de todas as senhas, mas também para gerar senhas mais seguras e armazená-las em um ambiente criptografado.