Hacker diz ter clonado digital de ministra alemã

29 dez 2014 - 18h26
(atualizado em 30/12/2014 às 09h43)
<p>Foto de dedo de ministra teria sido tirada durante entrevista coletiva</p>
Foto de dedo de ministra teria sido tirada durante entrevista coletiva
Foto: BBC Mundo / AFP

Um membro da rede de hackers Chaos Computer Club (CCC) diz ter clonado a impressão digital de uma política alemã usando imagens feitas de seu dedo durante uma entrevista coletiva. Jan Krissler garante que teria conseguido falsificar a impressão digital da ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, a partir de fotos feitas com uma câmera fotográfica comum.

O caso parece reforçar a ideia, defendia por alguns especialistas, de que a biometria por impressão digital - que começou a ser usada em urnas eletrônicas no Brasil - deixou de ser um método seguro para proteger dados e identificar pessoas.

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As declarações de Krissler - também chamado de "starbug" no circuito dos hackers - foram feitas em uma convenção para integrantes do CCC, que, aos 31 anos, diz ser "a maior associação de hackers da Europa". Sua palestra também foi transmitida online a partir do site da associação.

Segundo o hacker, as fotos de Von der Leyen teriam sido feitas em outubro. Um "close" de seu dedo e algumas outras fotos de ângulos diferentes teriam sido suficientes para falsificar a digital da ministra.

"No passado já havia sido demonstrado como é fácil 'roubar' a impressão digital de uma pessoa se ela tocar uma superfície polida (como um vidro ou um celular)", diz o texto de apresentação da palestra de Krissler no site da CCC.

Imagem feita a partir de vídeo do CCC
Foto: BBC Mundo / BBC

"Agora, uma nova e às vezes surpreendente maneira de fazer isso será demonstrada. E com esse conhecimento não haverá mais a necessidade de se roubar objetos com as digitais (a serem clonadas)".

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Durante seu discurso, Krissler sugeriu que, após ouvirem sobre sua descoberta, "os políticos provavelmente passarão a usar luvas ao falar em público" .

Falhas e alternativas

Além de ser usado durante as eleições brasileiras, o sistema de identificação por impressão digital também é utilizado como medida de segurança em dispositivos da Apple e da Samsung.

"Não é fácil falsificar um teste de biometria que depende de informações estáticas - como identificação da face ou de impressões digitais, mas há um certo reconhecimento de que esses sistemas têm falhas", diz o especialista em segurança cibernética Alan Woodward, da Universidade de Surrey.

Woodward diz que já há métodos que reconhecem características mais difíceis de serem replicadas, como as veias dos dedos ou o movimento do corpo.

Em setembro, por exemplo, o banco Barclays lançou para clientes corporativos esse sistema de reconhecimento que identifica as vasos sanguíneos dos dedos. A técnica também seria utilizada em caixas eletrônicos no Japão e na Polônia. Segundo a empresa Hitachi, que fabrica aparelhos que fazem esse reconhecimento, ele é possível porque as veias têm uma composição única em cada indivíduo.

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Testes feitos na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Geral de Southampton em 2013 indicam que esses padrões não são alterados por mudanças na pressão arterial.

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