O número de mulheres trabalhando com tecnologia tem diminuído nos Estados Unidos - em 2009, elas representavam apenas 31% das formandas em cursos superiores de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês). Mas a demanda crescente vai ter 1,5 milhão de vagas nessas áreas em 2020 sem ter profissionais para preenche-las, segundo o ReadWriteWeb. Por isso, alguns projetos buscam incentivar a entrada de mulheres nas carreiras ligadas à inovação tecnológica.
É o caso do coletivo de Stanford She++, fundado em 2012 por estudantes da Universidade de Stanford, nos EUA. A iniciativa de Ellora Israni e Anya Agarwal busca encorajar as mulheres a se matricularem na primeira disciplina de ciência da computação. A She++ (em tradução livre Ela++, uma referência à linguagem de programação C++) tem uma conferência anual e recentemente produziu um documentário de 12 minutos analisando a divisão por gêneros nas áreas de engenharia e ciências aos olhos das estudante e profissionais das áreas.
A produção foca em problemas comuns, como estereótipos sexistas, falta de mentoras mulheres, e o ciclo vicioso de escassas 'garotas geeks' em quem se espelhar. O filme destaca que as mulheres somam 60% dos estudantes universitários, e se a proporção de gêneros nos cursos de ciências da computação fosse equilibrada, haveria o dobro de profissionais graduando-se na área.
Outro destaque do curta metragem são os depoimentos das profissionais da área, que falam com paixão sobre as carreiras. A diretora de Engenheira do Facebook, Jocelyn Goldfein, por exemplo, acredita que o momento atual é "realmente, na verdade, um momento 'Rosie, a operária' (Rosie the Riveter), e isso significa que as mulheres são o grande ramo intocado".
A WISH é outra iniciativa que busca atrair as mulheres para os ramos da inovação e do desenvolvimento tecnológico. O projeto da Nasa é um camping de verão para estudantes de Ensino Médio focadas em exploração espacial. No amo passado, 84 meninas participaram com engenheiras da agência espacial americana, mentoras e estagiárias em um plano para simular uma viagem a Marte. Trabalhando com um orçamento hipotético, elas construíram uma série de pequenos protótipos de de veículos e pousos espaciais.
A ideia do programa de verão é cultivar a paixão pela engenharia e pela ciência no contexto da astronomia, permitindo que garotas jovens completem trabalhos com as próprias mãos em equipes, apresentem o trabalho em um ambiente de conferencia, e aprendem sob a tutoria de mentoras mulheres.
O grupo de escoteiras do estado americano da Carolina do Norte se volta a um grupo de meninas ainda mais jovens. Junto com a ONG Techbridge, que atua no setor de tecnologia e ciências, foi criado o Tech Choices (Escolhas Tecnológicas, em tradução livre), para garotas de baixa renda da região de São Francisco, do pré-escolar ao 9° ano.
As crianças participam de projetos de engenharia, eletrônica, circuitos e robóticas, além de viajarem para museus de ciências, empresas de tecnologia e universidades. As garotas ainda têm encontros com grandes mulheres da engenharia e de ciências. Em 2011, o Google doou ao projeto US$ 100 mil, o que fez a iniciativa chegar a 18 escolas e 640 meninas.