Uma nova inteligência artificial (IA) pode revolucionar o mundo da medicina em breve. Batizada de Evo, a tecnologia foi desenvolvida nos laboratórios da Universidade de Stanford e tem como objetivo, criar, do princípio, sequências de genomas. Ou seja, teoricamente, capacidade de gerar novas formas de vida. Por enquanto, só foram feitos genomas teóricos de micróbios.
A principal meta do estudo é ser uma ferramenta capaz de acelerar o processo de estudo de medicamentos, de doenças e sobre a evolução da vida no planeta. Entretanto, cientistas envolvidos no projeto temem que a tecnologia possa ser mal utilizada e facilite a propagação de armas biológicas, como pragas e drogas mais perigosas.
Se alcançar seus objetivos, a Evo poderá fabricar sequências capazes de gerar genomas sintéticos, ou seja, produzidos em laboratório. No momento, a IA ainda não conseguiu criar genomas viáveis.
Mesmo assim, cientistas acreditam que seu aperfeiçoamento seja apenas uma questão de tempo, trazendo a dúvida se deverá ser utilizada ou não, mais uma questão nunca antes vista que o avanço das IAs vem trazendo para a ciência.
O estudo da IA foi liderado pelo biólogo Brian Hie, de Stanford, e publicado na revista Science. O modelo de IA da Evo será publicado e ficará disponível para que todos os cientistas tenham acesso.
Para evitar a utilização de pessoas mal intencionadas, o estudo foi não foi treinado com informações de vírus infecciosos. Em oito semanas, a Evo aprendeu 80 mil genomas de micróbios e milhões de sequências de vírus capazes de atacar bactérias e plasmídeos, pequenos pedaços de DNA.
Em comparação, a Evo funciona com a linguagem de pedaços de DNA, como o ChatGPT funciona com a linguagem escrita. Mas, diferentemente da tecnologia da OpenAI, a Evo não foi treinada com base em dados da internet, mas sim com linhas de sequências genéticas de microorganismos.
O programa ainda está em fases de testes e, por isso, apresenta alucinações. Segundo a Science, o resultado, até agora, é satisfatório e deverá passar por aperfeiçoamento.