Ex-executivo do Facebook e Google nos Estados Unidos, o brasileiro Hugo Barra anunciou nesta quarta-feira, 15, que é o novo CEO da Detect, startup de biotecnologia que faz testes caseiros de covid-19, com promessa de resultados em até 1 hora. Segundo publicação no LinkedIn, esse é apenas o primeiro passo da healthtech, que pretende lançar no futuro outros produtos a partir da análise de DNA e RNA.
"Nos últimos 2 anos, enquanto nossas vidas foram afetadas pela pandemia, um dos maiores desafios da humanidade tem sido o vazio informacional massivo — não saber se você tem um vírus que pode ser transmitido para as pessoas que você ama. Solucionar esse problema tornou-se a primeira missão da Detect", escreveu Barra, que trabalhou como vice-presidente de realidade virtual (RV) do Facebook de 2017 até maio passado — desde então, dedica-se à startup.
A Detect afirma que a solução da empresa funciona como um teste PCR, mas é 50 vezes mais sensível que outros do mercado porque faz a análise molecular do novo coronavírus, e não de proteína, como os de antígenos.
Segundo a startup, o produto custa US$ 49 e está disponível apenas nos Estados Unidos, tendo sido aprovado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a autoridade sanitária máxima no país, que também deu sinal verde às startups americanas Cue Health e Lucira Health para entrar no ramo. Barra afirma que a Detect, fundada em março de 2020, possui mais de 100 funcionários e que já levantou US$ 118 milhões em rodadas de investimento.
O movimento do executivo ocorre em um momento importante tanto para as startups de saúde quanto para o Facebook. As healthtechs veem um salto em crescimento desde o início pandemia de covid, que digitalizou os serviços de diversos setores, inclusive na área médica. Ao mesmo tempo, o Facebook decidiu tornar sua divisão de RV a peça central da sua estratégia de impulsionar o metaverso.
Por muitos anos, Barra foi um dos principais executivos brasileiros no setor de tecnologia em todo o mundo. Ele trabalhou no Google entre 2008 e 2013, quando chegou ao cargo de vice-presidente da divisão do Android. Na sequência, tornou-se vice-presidente global da chinesa Xiaomi, onde ficou até 2017, quando saiu para o Facebook. Lá, ele trabalhou na área de realidade virtual e trabalhou nos lançamentos dos óculos Oculos Go, Quest e Quest 2.