Um funcionário do Conselho de Segurança Nacional (NSC) da Casa Branca foi despedido por fazer centenas de críticas abertas, durante meses, ao governo de Barack Obama no Twitter, utilizando um pseudônimo, informou nesta terça-feira a imprensa dos Estados Unidos.
Jofi Joseph, um funcionário que fazia parte da equipe dos EUA encarregada de negociar sobre o programa nuclear do Irã, foi despedido na semana passada após a descoberta de que tinha publicado centenas de mensagens críticas com a administração Obama sob o pseudônimo @NatSecWonk, de acordo com informações da revista The Daily Beast.
Joseph, cujo perfil no Twitter se tornou muito popular nos círculos políticos e jornalísticos por sua visão mordaz em relação às ações do governo americano, admitiu hoje ser o autor dos tweets e assegurou que lamenta "profundamente ter quebrado a confiança que foi depositada" nele.
"O que começou como uma tentativa de paródia da cultura de (Washington) DC se transformou, ao longo do tempo, em uma série de comentários inapropriados e mal-intencionados", disse Joseph em um e-mail enviado à revista Politico.
"Assumo toda a responsabilidade pelo assunto e me desculpo sinceramente com todas as pessoas que insultei", acrescentou.
Ao longo de vários meses, Joseph utilizou o perfil @NatSecWonk, agora desativado, para criticar funcionários do alto escalão do governo Obama, como o secretário de Estado, John Kerry, o assessor adjunto de segurança nacional do presidente, Ben Rhodes, e o antigo assessor de segurança nacional, Tom Donilon.
"Sou fã de Obama, mas me preocupa sua contínua dependência e confiança em uma idiota insignificante como Valerie Jarrett", uma das principais assessoras do presidente, foi uma das mensagens postadas no perfil @NatSecWonk.
"#Obama em três palavras: tem funcionários de m...", escreveu em outra.
Joseph também afirmou uma vez que "mais gente deveria questionar por que John Kerry colocou dois de seus antigos ajudantes (no Senado), ambos com ZERO experiência em política externa, em altos cargos do Departamento de Estado".
Durante meses, funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado tentaram identificar o autor dos tweets no perfil @NatSecWonk, especialmente depois que afirmou duvidar da versão do governo sobre o atentado de 11 de setembro de 2011 no consulado americano em Benghazi, na Líbia.
Após uma investigação, que incluiu os hábitos de compra e os deslocamentos de Joseph, vários advogados da Casa Branca o confrontaram e ordenaram que deixasse seu cargo, disseram fontes ligadas ao caso à revista "Politico".
Antes de ser despedido, Joseph pretendia deixar seu posto para trabalhar no Pentágono, segundo essa mesma revista.