O CEO do Twitter, Dick Costolo, bateu boca no final de semana com um professor universitário que chamou a empresa de tecnologia de machista. Vivek Wadhwa deu entrevista ao New York Times defendendo que o microblog deferia estar na linha de frente da defesa da diversidade.
"Vivek Wadhwa é o Carrot Top (comediante americano) das fontes acadêmicas", respondeu Costolo a um usuário que sugeriu uma mulher ao quadro de diretores do Twitter, citando a matéria do NYT. Ao ser interpelado por outro tuiteiro, o CEO emendou dizendo que não estava se referindo ao conteúdo da entrevista, apenas "fazendo piada com a tendência (
A discussão de estendeu até o ponto em que o ponto passou, enfim, a ser a falta de mulheres na companhia, e Costolo foi chamado a explicar como o Twitter lidava com a questão. "A coisa toda precisa ser mais do que dar um 'ok' em um item e dizer, 'fizemos isso!'", argumentou.
. @dickc Dick, you are one of the most visible companies in tech. If you won't take the lead and fix the imbalance, who will?
— Vivek Wadhwa (@wadhwa) October 5, 2013
Foi então que Wadhwa entrou na discussão alegando que "não é uma questão de dar 'ok' em um item". "Vocês (do Twitter) têm uma responsabilidade social. Vocês têm que liderar - e não dar desculpas", cutucou, "se vocês não tomarem a frente e consertarem o desequilíbrio, quem vai?". A resposta do CEO foi de que o argumento do professoa gerava "palmas fáceis", mas que era um "desserviço".
Resposta nos números
Foi através do TechCrunch, site especializado em tecnologia, que o Diretor de Pesquisa da Escola de Engenheria Pratt, da Universidade de Duke, deu uma resposta para além dos 140 caracteres. Afirmando que Costolo "atacou abaixo da cintura" durante a discussão no microblog, ele chama o Twitter de "máfia" com "pensamento machista".
"No formulário do IPO, o Twitter, pela primeira vez, revelou informações detalhadas sobre suas operações. Isso trouxe à luz um sério desequilíbrio de gênero. Isso é tolerável em companhias dando os primeiros passos e que não conseguem selecionar e escolher de quem recebem dinheiro, e quem vão colocar no comitê de diretoria. Mas as regras mudam quando as companhias crescem e se tornam entidades públicas. Elas têm responsabilidade com as pessoas de quem estão recebendo dinheiro: o público", resume Wadhwa.
Para o professor, o Twitter deveria ter chamado mais mulheres a compor seu quadro de colaboradores antes de anunciar a abertura de capital na bolsa de valores (IPO, na sigla em inglês). Além de "representar as pessoas de quem vão receber US$ 1 bilhão", o engenheiro argumenta que seria mais rentável financeiramente ter mulheres na diretoria.
"Companhias com altos percentuais de mulheres no quadro de diretores desempenham 53% melhor do que as empresas com baixos percentuais. (Aquelas) têm uma taxa de retorno de vendas 42% mais alta ()do que essas) e 66% maior de retorno de capital investido", afirma.
"Costolo não está sozinho na forma como responde às criticas por sexismo. Aqui está a realidade nua e crua: o Vale do Silício é um clube do bolinha - uma fraternidade do pior tipo. Eles trapaceiam contra mulheres. Deixam de fora negros e hispânicos", atacou Wadhwa.
"É hora de mudar isso. O Twitter e outras companhias de tecnologia nessa câmera de eco (em que, explica, só ouvem o que elas mesmas dizem) precisam tomar a dianteira". Wadhwa usa o Facebook como exemplo, que teria reorganizado sua estrutura para ter mais mulheres no poder, antes do IPO. "Além da executiva-chefe de Operações, Sheryl Sandberg, o Facebook adicional a conselheira Universidade de São Francisco Sue Desmond-Hellmann à sua diretoria", enumera.