CEOs de Google e Facebook pedem transparência ao governo dos EUA

7 jun 2013 - 20h16
(atualizado às 20h19)

Os CEOs do Google e do Facebook, Larry Page e Mark Zuckerberg, negaram pessoalmente as informações de que os gigantes da internet compartilham informações de usuários com o governo americano. Desde quinta-feira, notícias dos jornais The Washington Post e The Guardian de que a agência de segurança nacional americana acessaria os dados em tempo real causaram furor e desconforto.

<p>Zuckerberg classificou de 'ultrajante' notícias do PRISM</p>
Zuckerberg classificou de 'ultrajante' notícias do PRISM
Foto: AP

Zuckerberg classificou de "ultrajante" as reportagens sobre o PRISM, como é chamado o programa. Uma apresentação de PowerPoint listaria o Facebook como uma das companhias parceiras da NSA na vigilância eletrônica. "O Facebook não faz e nunca fez parte de nenhum programa para dar ao governo americano ou a qualquer outro governo acesso direto a nossos servidores", disse o cofundador da maior rede social do mundo em um post em seu perfil.

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Larry Page negou que Google dê acesso a servidores ao governo dos EUA
Foto: AFP

Page usou exatamente as mesmas palavras: "nunca nos juntamos (no Google) a nenhum programa para dar acesso ao governo dos EUA - nem a nenhum outro governo - acesso direto a nossos servidores". O cofundador do gigante de buscas - que assina o posto com o executivo-chefe de Direito, David Drummond - ainda afirmou que Mountain View "nunca ouviu falar de nenhuma ordem ampla como a Verizon recebeu". As reportagens dos jornais americano e britânico davam conta de que a operadora de telefonia dos EUA, assim como as rivais AT&T e Sprint, teriam sido obrigadas por uma lei secreta a fornecer registros de chamadas à NSA.

O cofundador da rede social também mencionou o fato, e de novo usou vocabulário bastante semelhante ao da companhia rival. "Nunca recebemos nenhuma requisição ampla ou ordem judicial de nenhuma agência do governo pedindo informações ou metadados", afirmou.

Os discursos dos dois CEOs também se aproximaram no reforço à importância da transparência sobre o uso de dados dos usuários. Mais cedo nesta sexta, o presidente Barack Obama defendeu as ações de vigilância da agência, argumentando que visam antecipar e impedir atos terroristas.

Obama defende "programa de vigilância" do governo
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"Encorajamos fortemente todos os governos a serem muito mais transparentes sobre todos os programas que visam à segurança pública", disse Zuckerberg. Um dos argumentos de Obama foi que o congresso americano sabia sobre o PRISM. "Esse episódio confirma o que há muito tempo acreditamos - de que é preciso uma abordagem mais transparente", concordou Page.

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"É claro que entendemos que o governo dos EUA e os outros precisam tomar atitudes para proteger a segurança dos cidadãos - incluindo, às vezes, a vigilância. Mas o nível de secretividade dos procedimentos legais atuais minam as liberdade que todos nós apreciamos", conclui o CEO do Google. No mesmo tom, Zuckerberg encerra seu post afirmando que a transparência "é a única forma de proteger as liberdades civis de todos e criar uma sociedade segura e livre que todos queremos a longo prazo".

Fonte: Terra
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