A presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Anne Brasseur, condenou nesta sexta-feira o bloqueio ao YouTube na Turquia, contrário à jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, e exigiu que acabe com este tipo de bloqueio a sites e redes sociais.
"Peço as autoridades turcas que respeitem as sentenças do tribunal e se abstenham de ordenar estes bloqueios de sites e redes sociais, que constituem um atentado à liberdade de expressão", afirmou Brasseur em comunicado.
Também pediu que as autoridades de Ancara ajustem sua legislação e suas práticas "no prazo mais breve possível aos padrões europeus" e às normas do Tribunal de Estrasburgo.
A presidente da assembleia desta organização de 46 países-membros que defende os direitos humanos e o Estado de direito alertou que a interrupção do acesso ao YouTube na Turquia aconteceu "às vésperas de importantes eleições locais", o que significa "um novo e preocupante desdobramento em matéria de liberdade de expressão".
Brasseur destacou que o bloqueio do YouTube evidencia mais uma vez as "sérias interrogações" sobre a lei adotada em fevereiro em que se baseou juridicamente a decisão administrativa.
O bloqueio de YouTube foi tomado ontem após uma conversa entre altos funcionários do governo turco que especulavam sobre uma intervenção militar na Síria vazar, situação qualificada de espionagem pelo governo.