Empresas de internet como Google, Facebook e Yahoo! negaram participação no PRISM, o programa do governo americano que permite à agência de segurança nacional NSA acesso a dados de usuários de serviços online. Quase todas as empresas apontadas como envolvidas usaram frases como "não permitimos acesso direto aos nossos servidores" para negar a participação. Mas o TechCrunch aponta que, possivelmente, o acesso existe mas é indireto.
De acordo com as informações do The Guardian, que teve acesso a uma apresentação de PowerPoint detalhando parceiros e datas de adesão ao PRISM, o acesso que o governo tem permite observar em tempo real chats de Gmail e Skype, por exemplo. Para isso, segundo o TechCrunch, o acesso indireto seria a única forma, uma vez que se as empresas simplesmente passassem as informações posteriormente à NSA, não haveria tempo real.
As companhias podem, segundo o site, estar sim envolvidas, e uma forma com que poderiam cooperar com a agência de segurança seria permitir que o governo americano acessasse o tráfego de informações, em algum ponto de troca da grande rede, e desviá-lo para os data center da NSA para armazenamento e análise.
Tudo isso poderia ocorrer fora dos servidores das empresas, o que deixaria suas notas sobre não permitir o acesso verdadeiras. Cooperam com essa teoria as informações que o jornal americano The Washington Post - que também revelou a história na quinta, independente do britânico The Guardian - publicou na tarde desta sexta, em que outro documento indica com mais precisão como é o processo.
Segundo o jornal ianque, o novo relatório a que teve acesso descreve a parceria como permitindo "que gerentes de coleta (enviem) instruções de atividades de conteúdo direto a equipamentos instalados em áreas controladas pelas companhias". Mesmo que o acesso seja indireto, as empresas ainda teria conhecimento. Mas o TechCrunch indica que, como o governo americano foi o único player até agora que admitiu o PRISM, talvez as empresas não possam falar sobre ele.
A revelação da coleta de dados deixou o governo americano em uma situação desconfortável, e fez com que o presidente Barack Obama se manifestasse sobre o tema. O chefe do Executivo afirmou que o PRISM não era secreto, que os membros do congresso sabiam sobre ele, e que as escutas e a coleta de dados só feita para estrangeiros e não de pessoas que residem nos EUA.