Durante a apresentação dos trabalhos do evento NetMundial, representantes da Rússia e da China levantaram a legitimidade do comitê executivo da conferência. O conferencista russo Robert Schlegel chegou a perguntar à mesa gestora do evento: “como vamos lidar com os documentos mais menos (sic) transparentes que já vi na minha vida?”, se referindo aos documentos de princípios da internet.
“Infelizmente em meu país (Rússia), nossos comentários não foram incluídos”, completou o representante. Por sua vez, a conferencista alemã e co-presidente da mesa, Jeanette Hofmann afirmou que o processo é transparente. “Eu não acho que se trate de um movimento não transparente. Eu acho um processo bastante robusto, mas acredito que todas as pessoas têm comentários para melhorar” disse.
Sobre um possível racha ou outra opção de frente aos documentos propostos pelo comitê executivo, Schlegel disse ao Terra: “Eu acho que vamos fazer a decisão em breve. Nós vamos nos reunir em torno da nossa delegação e vocês vão poder ouvir sobre a nossa decisão em meu discurso”, afirmou.
Um dos conferencistas brasileiros e membro do comitê executivo, Carlos Afonso, relacionou que o governo russo reclamou, mas não respeitou o tempo estipulado para enviar suas declarações para os dois documentos.
“Tinha um prazo estipulado, para mandar no prazo. Até o governo americano mandou no prazo. Todos mandaram no prazo. Europa toda. Os russos, não. Daí vem chamar a gente de não transparente”, desabafa o brasileiro. “Eles queriam insistir que não. Tiveram meses para mandar o documento e não mandaram”.
Sobre uma divisão ou impedimento contra o documento final, Afonso ainda afirma que provavelmente os russos devem ficar apenas contra alguns tópicos.