“Nunca vai acontecer comigo” é a principal frase que as pessoas imaginam quando se fala em roubo de identidade. Enquanto a maioria das pessoas podem não ter problemas sérios quando se trata de segurança, a exceção para a regra pode acontecer com qualquer um, de acordo com a opinião de John Sileo, CEO da empresa de privacidade americana The Sileo Group.
O executivo contou sua experiência durante o evento de segurança Be Mobile Conference, da BlackBerry, que acontece nesta terça-feira em Miami, Estados Unidos. Sileo teve sua identidade roubada pelo seu melhor amigo e sócio. Ele perdeu mais de US$ 300 mil e teve que lutar na Justiça por dois anos para não ser preso. “Tudo está sendo observado, estamos sob constante vigilância”, diz o executivo. “O roubo de identidade geralmente acontece por uma razão: dinheiro. O criminoso pode fazer o login como você, escrever um e-mail como você, usar o banco online, e não é sempre um hacker anônimo, mas pode ser alguém próximo”, alerta.
Sileo recomenda que as pessoas se mantenham céticas e desconfiem de tudo, pois os crimes começam sempre com um ser humano, mesmo que na era digital. É por meio da manipulação das pessoas que os ladrões conseguem as informações que precisam.
Os primeiros passos para evitar um ataque de roubo de identidade são baseados em três perguntas: “Estou no controle da situação? Posso verificar? Tenho opções?”. Por exemplo: um ladrão liga para o consumidor, dizendo ser do banco e pedindo para a pessoa confirmar uma informação. O consumidor pode tomar controle da situação desconfiando da ligação e evitando passar seus dados. Na segunda parte, ele pode verificar se é realmente o banco que está fazendo a chamada, fazendo uma simples pergunta como “quando foi a última vez que movimentei minha conta?”. O banco poderia responder isso rapidamente, enquanto o ladrão começaria a inventar desculpas. E, por fim, o usuário deve pensar em suas opções, para planejar suas próximas atividades.
Senhas e redes sociais
Outras dicas que podem evitar o roubo de identidade no meio digital é o uso de senhas seguras. Segundo o especialista, as pessoas tendem a usar senhas curtas e fáceis para se lembrar, mas o ideal seria criar senhas acima de 13 caracteres, usando letras maiúsculas e minúsculas e caracteres especiais. Vale também criar algo absurdo e engraçado para ficar mais fácil de lembrar.
John Sileo também indica o uso de um software de proteção de senhas, que utiliza uma senha mestre para guardar todas as outras - sendo necessário apenas lembrar da senha principal. “Muitas vezes pensamos que como a tecnologia é um problema, não a consideramos uma solução”, disse.
Com relação aos celulares, Sileo afirma: “chamamos o smartphone de telefone e o tratamos como um telefone, quando na verdade é um computador móvel”. Ele recomenda que as pessoas utilizem senhas para bloquear seus smartphones e apps capazes de localizar o dispositivo remotamente.
Por fim, postar nas redes sociais sem antes mexer nas configurações de privacidade pode ser bastante perigoso. “Tudo o que você posta é público, permanente e poderoso. Existe uma regra de 60 minutos: se o usuário não passou 60 minutos em suas configurações de privacidade, será possível encontrá-lo em 60 minutos - no caso de um usuário comum, que geralmente posta diversas vezes todos os dias”.