O Irã realizou nesta sexta-feira (6) o lançamento de sua carga espacial mais pesada, composta pelo satélite de telecomunicações Fakhr-1 e o rebocador espacial Saman-1. O feito foi possível graças ao uso do transportador de satélites Simorgh, desenvolvido inteiramente no país, informou a mídia estatal iraniana.
Com peso de 300 quilos, o Saman-1 é descrito como um "sistema de transmissão orbital" projetado para mover satélites de órbitas mais baixas para mais altas. Apresentado pela primeira vez em 2017 pelo Centro de Pesquisa Espacial do Irã, o equipamento já havia passado por testes iniciais em 2022.
De acordo com a televisão estatal, o lançamento representa um "passo operacional" para transferências de satélites a órbitas mais elevadas. O foguete Simorgh, utilizado na missão, é um veículo de dois estágios movido a combustível líquido, também fabricado localmente pelo Ministério da Defesa iraniano. A decolagem ocorreu na base de lançamento Imam Khomeini, na província de Semnan.
Essa missão sucede outro marco recente do programa espacial iraniano: em setembro, o satélite de pesquisa Chamran-1 foi colocado em órbita utilizando o transportador Ghaem-100, desenvolvido pela Guarda Revolucionária do país.
Embora o governo iraniano destaque o foco civil e de defesa de suas iniciativas espaciais, os Estados Unidos e outras nações ocidentais expressam preocupação com os avanços tecnológicos do programa. Segundo críticos, a tecnologia usada no lançamento de satélites pode ser adaptada para o desenvolvimento de mísseis balísticos com capacidade nuclear, o que é veementemente negado por Teerã.
Além de seus próprios lançamentos, o Irã tem aprofundado colaborações internacionais. Em novembro, dois satélites iranianos, Koswar e Hodhod, foram lançados pela Rússia, destacando a crescente parceria entre os dois países em áreas como política, economia e tecnologia militar.