Após o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) — o braço americano do ICBC, o maior banco do país asiático — ter sido atingido por um ataque de ransomware (sequestro virtual) na quinta-feira (9), foi preciso contar com a ajuda de um pendrive para salvar o banco do colapso.
O ataque cibernético aconteceu em um momento de grandes preocupações com a resistência do mercado de títulos dos EUA (Treasuries), essencial para as finanças globais.
O bloqueio ao sistema do ICBC fez com que os registros de negociações com os Treasuries fossem transferidos para o pequeno dispositivo, que não tem acesso à internet.
Para impedir o vazamento de informações confidenciais, os registros foram transferidos fisicamente para um pendrive – e um mensageiro do banco estabeleceu contato de forma presencial com corretoras e outros agentes do mercado de renda fixa nos EUA.
O ICBC pagou resgate aos criminosos cibernéticos, afirmou um representante do grupo responsável por ransomwares Lockbit nesta segunda-feira (13), em um comunicado que a Reuters não conseguiu verificar de maneira independente.
A Lockbit hackeou algumas das maiores organizações do mundo nos últimos meses, roubando e vazando dados sensíveis em casos em que as vítimas se recusaram a pagar os resgates.
O apagão no sistema do banco o deixou devendo temporariamente US$ 9 bilhões (aproximadamente R$ 44 bilhões) ao BNY Mellon. Entretanto, a situação já foi contornada.
Segundo a agência de notícias Reuters, após o ataque, até mesmo o e-mail corporativo da empresa deixou de funcionar, forçando os funcionários a mudarem para o Gmail.
“O mercado está em grande parte de volta ao normal agora”, disse Zhiwei Ren, gestor de portfólio na Penn Mutual Asset Management, à Reuters.