Malware que invade computadores mira América Latina após apagão cibernético da CrowdStrike

Malware se passa por correção da empresa de cibersegurança para invadir informações de computadores

20 jul 2024 - 11h25
(atualizado às 11h40)
Funcionários da United Airlines aguardando o retorno do sistema Windows em aeroporto em de Newark, Nova Jersey (EUA)
Funcionários da United Airlines aguardando o retorno do sistema Windows em aeroporto em de Newark, Nova Jersey (EUA)
Foto: Reprodução/REUTERS/Bing Guan

Um malware foi identificado pela CrowdStrike, empresa de cibersegurança, nesta sexta-feira, 19, como o primeiro a aproveitar a brecha do apagão cibernético para espalhar um vírus de computador. De acordo com a empresa, a ação visa sistemas na América Latina e foi identificado em um servidor no México.

Chamado crowdstrike-hotfix.zip, o malware se passa como uma atualização de correção para o software antivírus da CrowdStrike, que causou uma pane global em computadores com sistema operacional Windows, da Microsoft, nesta sexta.

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As instruções em espanhol e os nomes usados na distribuição de um arquivo ZIP indicam, para a CrowdStrike, que países latinoamericanos são alvos mais sucessíveis da ameaça cibernética.

O arquivo contém dois tipos de malwares principais: o primeiro, chamado HijackLoader, é uma forma de instalação de programas que contorna programas antivírus, por "enganar" o sistema sobre o que está sendo instalado. Uma vez que se estabelece no computador, o HijackLoader descarrega um outro arquivo do tipo RemCos.

É o RemCos que carrega o vírus que infecta o dispositivo e permite que um hacker possa ter total acesso aos arquivos e sistemas da máquina afetada, além de poder monitorar todas as atividades feitas por aquele aparelho. No caso dessa manobra, o RemCos simula um aplicativo da própria CrowdStrike.

A empresa de cibersegurança alertou seus clientes para a ameaça e recomendou que instalações só sejam feitas a partir do contato com o suporte oficial da companhia.

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Atualização pode ter perdido verificação

No apagão cibernético desta sexta, a CrowdStrike identificou que um erro em uma atualização de segurança do Falcon, um software antivírus para computadores Windows, causou a "tela azul da morte" em máquinas por todo o mundo.

Agora, profissionais da área afirmam que o problema poderia ser evitado caso a atualização tivesse passado por uma verificação de segurança - uma espécie de controle de qualidade antes de ser distribuído em larga escala.

Segundo especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, a atualização provavelmente foi enviada aos usuários sem uma inspeção prévia, algo que pode acontecer quando uma ação desse tipo é realizada diariamente.

Para Patrick Wardle, um pesquisador de segurança especializado em estudar ameaças contra sistemas operacionais ouvido pela Reuters, o problema da atualização estava "em um arquivo que contém informações de configuração ou assinaturas". Assinaturas como essa funcionam como códigos para detectar malwares.

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"É muito comum que os produtos de segurança atualizem suas assinaturas, por exemplo, uma vez por dia, porque estão continuamente monitorando novos malwares e porque querem garantir que seus clientes estejam protegidos contra as ameaças mais recentes", disse ele. A frequência das atualizações "provavelmente é o motivo pelo qual a (CrowdStrike) não testou tanto", afirmou.

A CrowdStrike, porém, não informou se houve ou não a verificação do software antes do envio para seus clientes.

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