A China revelou ter descoberto na semana passada um novo mineral no solo da Lua chamado Changesita-(Y), após analise de amostras de sua missão espacial Chang’e-5 em 2020. Mas outro material encontrado pode permitir o uso ilimitado de energia proveniente de fusão nuclear.
De acordo com reportagem da "Vice", a mídia estatal chinesa informou que as amostras também contêm hélio-3, uma versão do elemento hélio que pode ser uma futura fonte de combustível nuclear. Este tipo de geração de energia aproveita o poder liberado por átomos que se fundem sob enormes pressões, como as dos interiores das estrelas.
Na fusão nuclear, dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam um outro núcleo maior. Com esse processo, a quantidade de energia gerada é tão grande que supera a energia consumida, o que faz dessa tecnologia mais revolucionária que as usadas atualmente.
Porém, o caminho até lá não é tão fácil. Recentemente, a Korea Superconducting Tokamak Advanced Research (KSTAR) chegou a registrar uma temperatura de íons acima de 100 milhões de graus Celsius – ainda que por apenas 30 segundos – por conta da instabilidade envolvida em uma fusão nuclear, o que a torna altamente desafiadora.
A esperança é de que o hélio-3, escasso na Terra, possa ser abundante na Lua, o que tornaria esse tipo de produção de energia viável. Mas, embora promissora, a geração de energia por fusão nuclear ainda está no início. Mesmo que se mostre funcional, ainda será um desafio trazer grandes quantidades do mineral para a Terra.