Mulher infectada por bactéria comedora de carne relata sintomas bizarros

Espanhola foi diagnosticada com rara bactéria comedora de carne humana denominada Mycobacterium ulcerans

7 fev 2024 - 10h37

A bióloga Patrícia Casas, de 42 anos, foi vítima da úlcera de Buruli — causada pela bactéria Mycobacterium ulcerans — após realizar uma viagem de cinco meses na selva do Peru. A mulher contraiu a doença há uma década, e o caso foi compartilhado recentemente.  

De acordo com Patrícia, ao retornar da viagem, ela notou algo similar a uma queimadura de cigarro em seu braço. Até então, ela não sabia que se tratava da bactéria rara.

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A mulher foi internada 12 dias após notar a primeira ferida, que já crescera 12 centímetros e parecia uma úlcera. Inicialmente, os médicos acreditavam se tratar de uma queimadura simples e prescreveram uma pomada.

Conforme a ferida foi crescendo, eles suspeitaram de uma reação alérgica. Foi só depois de meses que veio o diagnóstico de úlcera de Buruli.

Ela passou quase dois anos tomando antibióticos. O tratamento de choque danificou seu fígado e causou surdez. Segundo ela, a cicatriz causa pela doença era como se “tivesse sido mordida por um tubarão”, relatou reportagem de O Globo. 

Após quatro anos de tratamento, Patrícia Casas está totalmente curada. O caso da bióloga é o primeiro da Espanha.

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Úlcera de Buruli

A úlcera de Buruli destrói, de forma rápida, a pele e os tecidos moles, quando não é tratada precocemente com antibióticos e antiinflamatórios esteroides. Devido à gravidade, o tratamento pode durar de semanas até meses.

A bactéria consegue produzir a micolactona, uma toxina imunomoduladora responsável por provocar a necrose tecidual da pele. Normalmente, as úlceras são mais comuns nas pernas e nos braços. Em alguns casos, quando o tratamento não é realizado ou é tardio, o risco de desfiguração é alto.

Há mais de 125 anos, casos da úlcera de Buruli são diagnosticados no mundo, mas, até hoje, pouco se sabia sobre as formas de transmissão da bactéria rara Mycobacterium ulcerans, capaz de "comer" a carne humana e deixar marcas permanentes em seus hospedeiros. A culpa é dos mosquitos Aedes notoscriptus infectados, um "primo" do mosquito da dengue.

Desde o primeiro caso conhecido de 1897, na Uganda, pouco se estudou sobre a bactéria comedora de carne humana. Tanto é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a classificar a úlcera de Buruli como uma doença "negligenciada", o que precisava ser revertido.

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Fonte: Redação Byte
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