Mulheres começam a envelhecer antes que homens, mas de forma gradual

Cientistas analisaram os telômeros para concluir pesquisa; extremidades do cromossomo que medem o envelhecimento biológico

26 abr 2023 - 11h24
(atualizado às 15h32)
Pesquisa revela processo de envelhecimento do homem e a mulher
Pesquisa revela processo de envelhecimento do homem e a mulher
Foto: Freepik

Um estudo realizado pelo Centro de Envelhecimento Saudável da Universidade de Copenhague (Dinamarca) sugere que as mulheres apresentam os primeiros sinais de envelhecimento a partir dos 19 anos, mas que o processo é mais gradual. Nos homens, eles aparecem mais tarde, por volta dos 40 anos, mas aceleram após essa idade.

  • Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram marcadores de senescência celular em 33 milhões de laudos de biópsia de 4,9 milhões de pessoas de todas as idades entre 1970 e 2018, de acordo com reportagem publicada pelo jornal El País;
  • No entanto, apesar da grande amostra, essa é uma das limitações do estudo: todos são indivíduos que realizaram exame para alguma patologia

“As biópsias só foram feitas quando os participantes procuraram atendimento médico. Portanto, o envelhecimento masculino pode parecer começar mais tarde porque os homens tendem a procurar ajuda médica quando seus sintomas são mais avançados, ao contrário das mulheres", comenta Morten Scheibye-Knudsen, coautor do estudo, na revista New Scientist.

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Para Manuel Tena-Sempere, professor de Fisiologia da Universidade de Córdoba (Argentina), "provavelmente o fator mais diferencial é a menopausa porque no caso da mulher há uma interrupção drástica da secreção dos hormônios ovarianos e isso tem uma repercussão importante no curto, médio e longo prazo que podem condicionar o envelhecimento feminino”.

 "No caso dos homens", acrescenta, "se houver uma diminuição nos níveis de andrógenos, ela é gradual e seu impacto e consequências são muito diferentes", inclui o pesquisador. 

Envelhecimento dos tecidos

O estudo aponta ainda que nem todos os tecidos envelhecem da mesma forma.

  • Esta investigação concentrou-se nos telômeros (extremidades dos cromossomas), cujo encurtamento é um marcador do envelhecimento biológico.
  • Os telômeros, explica o pesquisador do CSIC, “não são codificadores, mas são muito importantes quando as células se dividem. Encurtam-se ao longo da vida, mas também em resposta ao stress, pelo que não são marcadores da idade cronológica, mas da biológica."
  • O estudo foi feito em cinco tecidos diferentes de uma espécie de rã (Xenopus laevis) porque sua metamorfose, desde o embrião até as fases larval e adulta, permite observar mudanças muito rápidas.

“Podemos ver como essas mudanças de desenvolvimento afetam diferentes órgãos, como os animais que crescem mais rápido têm telômeros mais curtos”, explica Burraco.

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“As mudanças nos diferentes órgãos respondem a dinâmicas muito diferentes. Por exemplo, no fígado, que cresce muito ao longo da vida, vemos um encurtamento ao longo do tempo, padrão esperado durante o envelhecimento mais ou menos gradual. Mas o coração permanece muito estável desde o início da vida”, diz.

É com essa linha que os cientistas querem continuar a pesquisa: analisar como o aumento da atividade da telomerase ou a redução do estresse oxidativo afeta a dinâmica do envelhecimento.

Fonte: Redação Byte
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