Uma múmia de ouro e quatro túmulos, dentre os quais está o de um "guardião secreto" do antigo Egito, foram descobertos nesta quinta-feira (26) na necrópole de Saqqara, ao sul do Cairo. O local de sepultamento, na antiga capital egípcia Memphis, que hoje é Patrimônio Mundial da Unesco, abriga mais de uma dúzia de pirâmides, túmulos de animais e antigos mosteiros cristãos.
A novidade foi anunciada pelo arqueólogo Zahi Hawass, que também é ex-ministro de Antiguidades do Egito. Os túmulos e a múmia datam, diz ele, da quinta e sexta dinastias, por volta dos séculos 25 a 22 a.C.
O maior dos túmulos encontrados é decorado com cenas da vida cotidiana e pertencia a um padre, inspetor e supervisor de nobres que era conhecido como Khnumdjedef, de acordo com Hawass. Ele foi achado no complexo piramidal do último rei da quinta dinastia, Unas, que reinou há cerca de 4.300 anos.
Outro túmulo pertencia a um "guardião secreto" chamado Meri, nomeado pelo faraó. Esse era um título sacerdotal detido por altos funcionários do palácio, que conferia poder e autoridade para a realização de rituais religiosos especiais.
O terceiro dos túmulos, no complexo piramidal do faraó Pepi I, pertencia a um sacerdote, e o quarto, a um juiz e escritor chamado Fetek, segundo Hawass. Este último incluía uma coleção das "maiores estátuas" já encontradas na região, de acordo com o que afirmou Mostafa Waziri, chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, a repórteres.
Um sarcófago de calcário que ainda estava selado assim como os antigos egípcios o deixaram há 4.300 anos também foi encontrado em um poço de 15 metros de profundidade. Dentro do sarcófago, estava uma múmia coberta com folha de ouro, que pertencia a um homem de nome Hekashepes, descrita por Hawass como uma das múmias não-reais mais antigas e completas já encontradas no país.