Depois de ver a própria empresa de marketing digital fracassar no mercado americano, o jovem Nick Woodman resolveu tirar um período sabático. Então com 26 anos de idade, Nick passou alguns meses viajando pela Ásia em busca das melhores ondas para surfar. Até que ele teve uma ideia. E se houvesse uma câmera portátil, resistente e à prova d'água capaz de registrar os momentos mais incríveis de um ponto de vista único?
Era o começo da GoPro, uma empresa que surgiu em 2002 e hoje vale bilhões de dólares. "A ideia original era ajudar surfistas a fazer as próprias imagens durante as sessões de surfe", lembra Nick, que é filho de um banqueiro famoso na Califórnia.
“Ideias não acontecem quando você fica esperando em uma sala, mas sim quando você está fazendo algo de que gosta. Algo que te fascina! Foi o que aconteceu comigo”, disse Woodman.
Nick começou a empresa sozinho. Ele era responsável por áreas como pesquisa, desenvolvimento, transporte, engenharia de produto e até serviu de garoto-propaganda. Com fabricação terceirizada na China, a primeira versão da câmera custava US$ 19,90 e os produtos eram entregues pelo próprio criador em uma perua Kombi ano 1971.
A comercialização começou em 2004 com uma câmera analógica simples de filme 35mm que era vendida com uma alça que permitia ao usuário amarrá-la ao próprio punho. O case à prova d'água era um dos diferenciais. Em pouco tempo, a câmera foi além do o circuito das lojas de surfe.
"A possibilidade de fazer selfies foi o fundamental. A empresa decolou quando nós eliminamos a necessidade de ter outra pessoa fazendo fotos. Com a GoPro, as pessoas puderam fazer as imagens que quisessem de si mesmas em qualquer hora ou lugar”, afirmou o criador da câmera.
Os modelos seguintes evoluíram até chegarem ao modelo mais atual: a HERO3+, que filma em resolução de até 4K.
De acordo com o Woodman, a GoPro passou a ser uma empresa lucrativa desde o primeiro dia da fundação.
Em junho deste ano, quando estreou na bolsa de valores Nasdaq, o valor de mercado da companhia foi avaliado em quase US$ 3 bilhões.
Explorar o mercado inexplorado
Mais do que os números, o que hoje preocupa Nick Woodman é continuar evoluindo e desenvolvendo o modelo negócios que ele mesmo criou quando fundou a empresa. “Nós somos nossos próprios inimigos. Mas também somos aliados de nós mesmos”, disse o executivo.
“Minha preocupação é quando o time não percebe o potencial e negligencia a própria capacidade de crescimento. Perder o foco é um dos receios que tenho no meu trabalho”, afirma Woodman.
A GoPro é uma das companhias que confiam na estratégia do "Oceano Azul". O conceito surgiu a partir do livro "Estratégia do Oceano Azul", de Chan Kim e Renée Mauborgne e refere-se às empresas que criam "oceanos azuis", ou seja, mercados inexplorados que geram demanda para seus produtos. Foi o que permitiu um crescimento lucrativo em um mercado com grande potencial.
“As pessoas compartilham vídeos feitos com GoPro porque elas adoram ver outras pessoas fazendo coisas pelas quais são apaixonadas”, explicou o criador da empresa. “O verdadeiro entusiasmo do público com a GoPro fez com que a marca fosse reforçada.”
Inspiração
Nos anos seguintes à criação da empresa, as mais diversas pessoas passaram a comprar a câmera e a fazer tanto vídeos caseiros com qualidade profissional. A própria empresa possui um departamento responsável por descobrir fotos e vídeos inovadores feitos com a câmera para utilizá-los como publicidade. "Nós não nos tornaríamos uma marca best seller se ficássemos apenas focados nos surfistas e atletas profissionais”, disse Nick Woodman.
O próprio Woodman não se cansa de ver vídeos feitos por usuários ao redor do mundo com a GoPro. “Pensando em quando começamos, muita coisa mudou. Hoje eu vejo os vídeos que as pessoas estão fazendo e é incrível essa comunicação entre pessoas ao redor do mundo.”
Mudança de perspectiva
A mudança de perspectiva também foi algo muito importante no desenvolvimento da GoPro. A câmera permitiu que fotos fossem tiradas de ângulos incomuns, contribuindo para a criatividade de fotógrafos amadores e profissionais ao redor do mundo.
Como Nick costuma ressaltar, a versatilidade da câmera é algo que permite vídeos e fotos feitos de ângulos nunca vistos antes na história. "Nosso plano é criar a câmera mais versátil possível. Estamos trabalhando na criação de ainda mais acessórios que ajudem as pessoas a mudar as perspectivas das fotos", diz Nick.
Agora, o objetivo da companhia é focar em uma estratégia de longo prazo de crescimento contínuo. Quando começaram a ser oferecidas na bolsa de valores americana, as ações da GoPro subiram, mas nos últimos meses os papéis tem se desvalorizado.
Em junho, a GoPro estreou na Nasdaq e levantou US$ 427 milhões em sua oferta inicial pública de ações (IPO). Em agosto, as ações da companhia caíram aproximadamente 11%. No entanto, o executivo rechaça alguma mudança no atual formato da companhia.
"Nós acreditamos muito no que estamos fazendo com a GoPro. Se mantivermos o trabalho firme e duradouro, as coisas vão sair como o planejado", avalia o executivo.
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