Marca iPhone é oficialmente da Gradiente no Brasil; Apple recorre

Instituto Nacional de Propriedade Industrial negou concessão da marca à empresa norte-americana para o mercado brasileiro

13 fev 2013 - 12h58
(atualizado em 4/12/2013 às 16h26)
<p>Apesar de ser mundialmente reconhecida como fabricante do iPhone, Apple não pode usar a marca no Brasil</p>
Apesar de ser mundialmente reconhecida como fabricante do iPhone, Apple não pode usar a marca no Brasil
Foto: Getty Images

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) negou nesta quarta-feira à americana Apple o pedido de registro da marca iPhone para telefones celulares no Brasil, que já havia sido reconhecida no País para a empresa Gradiente.

"O INPI negou o registro da marca iPhone à Apple para seus telefones celulares", informou à AFP o departamento de imprensa do instituto. A decisão, já esperada, foi publicada oficialmente nesta quarta-feira.

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A Apple fez o pedido de registro para o uso da marca com exclusividade no Brasil em 2007, quando lançou o popular aparelho. Mas a brasileira Gradiente havia pedido o registro da marca "Gradiente iphone" em 2000, e ele foi concedido em 2008.

Apple quer anular a marca

O INPI também informou que a Apple apresentou um pedido para anular a marca iphone da Gradiente "alegando caducidade", com o argumento de que a empresa brasileira não a utilizou nos cinco anos de prazo que tem para isso.

Revista do INPI traz deliberações sobre uso da marca iPhone no Brasil
Foto: RPI / Reprodução

No fim do ano passado, a Gradiente surpreendeu o mercado ao lançar um telefone com o nome "Gradiente iphone", o que levantou a polêmica e acelerou uma decisão do registro de marcas.

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"Os principais critérios para conceder direito a uso de marca são evitar confundir o consumidor (ou seja, que duas empresas usem o mesmo nome ou uma nomenclatura muito parecida para um mesmo produto) e quem chega primeiro", disse o INPI.

A decisão não tira da Apple o direito de comercializar seus aparelhos no Brasil com o nome iPhone, "porque o INPI não tem interferência na comercialização", mas concede à brasileira Gradiente a possibilidade de exigir esta exclusividade na justiça, disse o Instituto.

Em dezembro, a Gradiente surpreendeu o mercado ao lançar um telefone com o nome "Gradiente iphone", o que levantou a polêmica e acelerou uma decisão do registro de marcas. O smartphone Gradiente, com suporte para dois chips e sistema Android do Google, é vendido a cerca de R$ 600, um preço muito inferior ao iPhone 4 da Apple, que custa quase R$ 2 mil.

O presidente da Gradiente, Eugenio Emilio Staub, informou em um comunicado que a empresa brasileira "adotará todas as medidas (...) para assegurar a preservação de seus direitos de propriedade intelectual em nosso país". A exclusividade da marca foi concedida pelo INPI à Gradiente até 2018.

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Nos Estados Unidos já ocorreu uma disputa similar: A Apple alcançou um acordo amistoso com a Cisco em 2007 sobre a utilização da marca iPhone, cujos direitos foram obtidos pela Cisco em 2000.

Outro caso ocorreu no México, onde em novembro um tribunal decidiu a favor da empresa mexicana de telecomunicações Ifone em uma disputa com a Apple pelo uso da marca iPhone, obrigando a gigante americana a pagar uma indenização. A Apple busca atualmente impugnar esta decisão.

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