Em uma entrevista à revista Rolling Stone, Bill Gates afirmou que a Microsoft teria estado disposta a comprar o WhatsApp. “Não sei se por US$ 19 bilhões, mas a empresa é extremamente valiosa”, disse, referindo-se ao preço total negociado pelo Facebook para a aquisição do aplicativo de mensagens instantâneas.
Ainda sobre a compra do WhatsApp pela rede social, Gates disse que o CEO do Facebook Mark Zuckerberg tem credibilidade para dizer “vou gastar US$ 19 bilhões para comprar algo que, essencialmente, não tem nenhum modelo de receita”. “Acho que sua agressividade é sábia - embora o preço seja mais alto do que eu esperava. Mostra que a base de usuários é extremamente valiosa. Seu software pode se transformar em uma variedade de coisas - uma vez que você estabelece a comunicação com alguém, você não vai só mandar texto. Vai enviar fotos, compartilhar documentos, jogar junto”, completou Bill Gates, que atualmente foi listado como o homem mais rico do mundo, segundo a Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 76 bilhões. Hoje, ele atua como conselheiro de tecnologia ao novo presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella.
O fundador da Microsoft disse que vê um pouco de si mesmo em Zuckerberg. “Ambos largamos a Harvard, tivemos visões fortes e teimosas sobre o que um software pode fazer. Eu dou mais crédito a ele por moldar a interface do usuários em seu produto. Ele é mais um gerente de produtos do que eu fui. Eu sou mais um codificador”. “Começo com a arquitetura, Mark com os produtos e Steve Jobs com a estética”, completou.
Bill Gates também falou à Rolling Stone sobre Steve Jobs e sobre sua visita ao executivo alguns meses antes de ele falecer. “Escrevi uma longa carta para ele depois da visita, que ele guardou ao lado de sua cama. Steve e eu na verdade mantivemos contato e tivemos algumas boas e longas conversas no ano passado sobre nossas esposas, a vida e sobre o que a tecnologia tinha alcançado ou não”.
Espionagem
“Você não vai encontrar muita admiração de mim”, disse Gates sobre o ex-analista da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, que vazou milhares de documentos confidenciais da agência, revelando as ações de espionagem do governo americano. “Acho que ele violou a lei, então certamente não diria que ele é um herói. Se ele quisesse levantar os problemas e permanecer no país e se envolver em desobediência civil ou algo desse tipo, ou se ele tivesse sido cuidadoso em termos do que ele vazou, então, esses casos caberiam mais em um modelo do tipo ‘ok, estou realmente tentando melhorar as coisas’”, declarou.