Uma categoria de medicamento pouco utilizada pode ser mais eficaz no controle dos sintomas relacionados à enxaqueca do que medicamentos mais novos e caros, conforme um amplo estudo conduzido por uma equipe da Universidade de Oxford.
Uma nova análise de 137 ensaios clínicos aponta que os medicamentos triptanos são os mais eficazes no tratamento da enxaqueca, enquanto alternativas mais recentes, como os ditans e gepants, apresentaram desempenho inferior. Os pesquisadores destacam que, apesar de sua eficácia, os triptanos continuam subutilizados, sendo empregados em menos de 22% dos casos.
A pesquisa sugere que os triptanos, que incluem medicamentos como sumatriptano e eletriptano, devem ser considerados como tratamento de primeira linha para alívio da enxaqueca, desde que os pacientes não apresentem contraindicações, como doenças cardiovasculares.
Os triptanos foram aprovados globalmente desde 1991 e agora estão disponíveis em versões genéricas. No entanto, há preocupações em relação aos riscos cardiovasculares associados ao seu uso, especialmente em pessoas com problemas preexistentes.
Para atender a essa demanda por alternativas seguras, surgiram os ditans e gepants, que prometem evitar esses riscos, mas com um custo mais elevado, cita o estudo.
Além dos triptanos, os pacientes têm à disposição anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno, e analgésicos como paracetamol. No entanto, a revisão indica que as novas opções não se mostraram mais eficazes do que os tratamentos tradicionais, muitas vezes apresentando efeitos colaterais mais significativos.
Estudo
Os autores da pesquisa analisaram dados de 89.445 participantes, avaliando a eficácia de 17 medicamentos orais em comparação com placebos e entre si.
- O eletriptano se destacou como o mais eficaz para alívio da dor em um período de duas horas, seguido por outros triptanos;
- No alívio prolongado da dor, eletriptano e ibuprofeno também se mostraram os melhores.
Embora os resultados sugiram que os triptanos podem ser uma solução viável para muitos, a coautora Elena Ruiz de la Torre alerta que o tratamento da enxaqueca deve ser personalizado.
“A enxaqueca é uma condição muito pessoal; o que funciona para um pode não funcionar para outro”, destaca a especialista em entrevista ao New Scientist.
