Novo fungo brasileiro similar ao de The Last of Us ganha nome; veja qual

Pesquisadores acharam nova espécie de fungo da família Cordycipitaceae na Mata Atlântica do Rio de Janeiro

18 abr 2023 - 11h46
A espécie Purpureocillium aff. atypicola, de cor roxa, foi identificada parasitando uma aranha-de-alçapão
A espécie Purpureocillium aff. atypicola, de cor roxa, foi identificada parasitando uma aranha-de-alçapão
Foto: Reprodução/Instagram

A nova espécie de fungo parasita parecido com o Cordyceps do jogo e série de TV "The Last of Us", foi nomeada Purpureocillium aff. atypicola, mas ainda precisa ser catalogada. A pesquisa foi conduzida por cientistas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, do Jardim Botânico Real de Kew e do Jardim Botânico de Nova York.

O novo fungo foi descoberto em novembro na Mata Atlântica, durante uma documentação de biodiversidade e busca de novas espécies no Rio de Janeiro. O micologista brasileiro João Paulo Machado de Araújo é um dos líderes da pesquisa e deu entrevista ao portal R7 com novos detalhes da descoberta.

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A espécie de tons roxos foi identificada parasitando uma aranha-de-alçapão. Ela se apodera do animal já sem vida — algo diferentemente do Cordyceps, que infecta e controla o hospedeiro ainda vivo, como destacado no sucesso da TV. 

  • Em The Last of Us", o fungo sofre uma mutação que o torna capaz de infectar e controlar o cérebro de humanos, transformando-os em criaturas mortais.
  • Os especialistas afirmam que a nova espécie é da mesma família Cordycipitaceae, mas de gêneros diferentes. Atualmente, o gênero Purpureocillium possui apenas seis espécies de fungo descritas oficialmente.

"Achando o fungo roxo, que é super incomum ter essa cor, só de olhar, eu já pude identificar. E também sabia que só haviam seis espécies descritas, então aquele ali certamente seria uma nova", disse Araújo, ao portal R7.

Segundo o pesquisador, as espécies de fungos parasitas infectam também 13 ordens de insetos, além de aranhas.

"Besouros borboletas, joaninhas, hemipteros, bicho-pau, moscas, mosquistos, é uma infinidade. É muito diversificado e quanto mais a gente estuda esses fungos mais a gente vê que outros organismos também são infectados por eles", afirma.

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A descoberta da nova espécie, agora, deve abrir caminhos mais aprofundados.

"Entendemos melhor a biodiversidade e podemos considerar a nova espécie numa perspectiva evolutiva: como esses fungos evoluíram? Como eles infectam a aranhas? Como infectam o globo ocular de pessoas com imunidade comprometida. Então é um fungo que tem uma uma variedade ecológica grande", relata Araújo.

Fonte: Redação Byte
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