NSA teria usado malware para espionar computadores no mundo todo

12 mar 2014 - 15h29
(atualizado às 15h47)

A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos desenvolveu um malware que coleta automaticamente dados de milhões de computadores ao redor do mundo, de acordo com um documento divulgado nesta quarta-feira.

O relatório foi apresentado em um artigo escrito pelo ex-jornalista do jornal britânico "The Guardian" Glenn Greenwald, junto com o também jornalista Ryan Gallagher, para o site "The Intercept". Segundo eles, o programa aumentou exponencialmente a capacidade do governo americano de espionar computadores.

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Edward Snowden em imagem de arquivo
Edward Snowden em imagem de arquivo
Foto: AP

O documento está entre aqueles que foram vazados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden.

O artigo informa que os malwares, que passaram a ser usados em 2004, inicialmente eram utilizados apenas em alvos específicos, que não podiam ser acessados pelos métodos tradicionais da agência. A partir de 2010, porém, o governo teria aumentado seu uso "em escala industrial".

Essa foi a primeira contribuição de Greenwald ao "First Look Media", organização financiada pelo empresário Pierre Omidyar (fundador do eBay), da qual o "The Intercept" faz parte.

Greenwald foi uma das primeiras pessoas a publicar os documentos entregues por Snowden e coordena desde o ano passado as liberações dos documentos vazados pelo ex-analista de segurança, que revelaram ao mundo um esquema de espionagem de alcance global implementado pelos Estados Unidos.

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O sistema divulgado nesta quarta, chamado de TURBINE, é operado da sede da NSA, em Maryland, e em bases na Inglaterra e no Japão. Além disso, o serviço de inteligência britânica GCHQ teve um papel importante na operação, acrescenta o artigo.

O malware também pode coletar áudio dos microfones dos computadores e tirar fotos com a webcam. Além disso, bastariam apenas oito segundos para o malware ser instalado.

Questionada pela AFP, a NSA reiterou que as operações da agência são conduzidas "exclusivamente quando existe um motivo de Inteligência para apoiar missões de interesse nacional, e por nenhum outro motivo".

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