Milhões de brasileiros vão neste domingo registrar seus votos, por meio das urnas eletrônicas, no segundo turno das eleições de 2022. Mas, o que acontece quando a tecnologia responsável por registrar a votação falha?
Segundo o próprio Tribunal Superior Eleitoral, se a urna eletrônica para de funcionar, existe uma série de procedimentos que podem ser adotados e que não alteram nem excluem o resultado da votação em cada máquina.
Esses procedimentos buscam garantir a continuidade da votação, sem desconsiderar as necessidades de transparência e segurança que permeiam o processo eleitoral como um todo.
Segundo o TSE, o primeiro passo é desligar e religar a urna, como o que fazemos com computadores e celulares. Caso o problema persista, o órgão recomenda o reposicionamento dos cartões de memória do aparelho.
Na urna eletrônica, existem duas unidades de memória: uma interna e outra externa. Durante a preparação das urnas, o cartão externo pode não ter sido inserido de forma correta. Também é possível substituir o cartão externo, caso a recolocação não solucione o problema.
Ao longo da votação, as informações são gravadas tanto no cartão de memória interno quanto no externo. Assim, os dois cartões se complementam para que nenhuma informação seja perdida.
Ao ser novamente ligada, a urna detecta automaticamente a existência do cartão substituto e tenta sincronizar o conteúdo do cartão de memória interno com o novo cartão externo.
Caso nenhuma das alternativas acima funcione, ainda é possível usar urnas reservas que estão disponíveis para substituir máquinas que falhem.
As chamadas “urnas de contingência” contêm todos os aplicativos da Justiça Eleitoral necessários à realização da votação, mas não estão configuradas para nenhuma seção eleitoral específica — ou seja, não contêm informações de eleitores ou votos.
Para substituir a urna, basta retirar o cartão de memória externo da urna com defeito e inseri-lo na urna de contingência. Ao ser ligada, a máquina sincroniza as informações do cartão de memória externo com o seu cartão de memória interno.
Se nenhuma das alternativas anteriores resolver o problema, só então a votação deverá prosseguir com o uso de cédulas de papel até o encerramento.
Para isso e a fim de permitir eventual auditoria pós-eleições, várias providências devem ser adotadas, como as lacerações tanto da urna defeituosa quanto da urna de contingência e os respectivos envios para a junta eleitoral e equipe designada pelo juiz eleitoral.
No segundo turno das eleições de 2018, apenas 0,83% das urnas eletrônicas tiveram que ser trocadas, totalizando 4.333 em todo o país. Apenas em quatro municípios – Apuí (AM), Saubara (BA), Cordislândia (MG) e Magé (RJ) – houve a necessidade de votação manual.