O Ministério do Meio Ambiente precisou lançar uma campanha no ano passado para alertar banhistas e pescadores sobre os riscos apresentados por uma espécie invasora: o peixe-leão. De acordo com o governo, a espécie exótica é considerada um perigo para o ecossistema marinho brasileiro e pode representar riscos para a saúde humana.
Com histórico de aparições iniciais na costa do Pará e de Fernando de Noronha (PE), a espécie já avançou para a costa de Recife (PE). O peixe não é natural do Brasil, e relatos de pescadores chamaram a atenção de autoridades.
“Começamos a receber informações de pescadores. Com essa informação vimos que se tratava do peixe-leão que apareceu na costa norte do Brasil, coisa que nunca tínhamos visto antes”, disse em nota do Ministério do Meio Ambiente Alex Garcia Cavalleiro Klautau, analista ambiental e coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Norte (CEPNOR).
O peixe-leão (lionfish) é uma espécie nativa do Oceano Pacifico que se tornou a pior espécie invasora nos recifes de corais do Caribe, principalmente pelo fato de não ter predador natural, informou o ICMBio.
Características
O peixe-leão atrai mergulhadores pela exuberância; com tamanho máximo de 47 centímetros, tem o corpo listrado de branco com tons laranja, vermelho e marrom, 18 espinhos grandes e venenosos e nadadeiras prolongadas.
O animal se alimenta de espécies quase do seu tamanho, consegue comer 20 peixes em meia hora e pode colocar 30 mil ovos.
Riscos
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, os principais perigos da espécie ocorrem porque o peixe-leão se alimenta rapidamente de outros peixes, não possui predador e se reproduz com facilidade, sendo uma grande ameaça para o ecossistema marinho do Brasil.
Além disso, os espinhos na região dorsal do peixe-leão soltam um veneno nocivo aos seres humanos.
A recomendação para banhistas é a de não tocar nos peixes, pois os espinhos de suas nadadeiras podem inocular veneno que causa dor, náusea e convulsões.
Os especialistas dizem que, caso seja furada por um peixe-leão, a pessoa deve passar água quente no local afetado para dificultar a ação do veneno. Em seguida, procurar atendimento médico especializado o mais rápido possível. O veneno do peixe-leão não é fatal para pessoas saudáveis, esclarece o Ministério do Meio Ambiente.
Como proceder ao se deparar com o peixe?
A recomendação das autoridades varia de acordo com o público; aos pescadores a recomendação é para que o animal não seja devolvido à água caso seja capturado na pesca.
“Coloque o dedão dentro da boca do peixe e, com a outra mão, cuidadosamente corte os espinhos”, alerta o governo.
Se possível, o pescador deve encaminhar o animal para o ICMBio da sua região.
Para mergulhadores, a recomendação é de informar o ICMBio o mais rápido possível sobre o local do avistamento da espécie, com dados sobre a profundidade. Deve-se anotar o nome do local e, se possível, fotografar o peixe.