O que pode acontecer com celular de Jair Bolsonaro após apreensão da PF?

Ex-presidente Jair Bolsonaro teve celular apreendido pela Polícia Federal em meio a investigações sobre vacina fraudada

4 mai 2023 - 16h00
(atualizado às 16h02)
Jair Bolsonaro teve celular apreendido pela PF
Jair Bolsonaro teve celular apreendido pela PF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) apreendeu o celular do ex-presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira (3) em meio a investigações sobre vacinas fraudadas por parte do político. Apesar de ser cuidadoso com suas informações pessoais, aliados do político temem que a perícia realizada pelas autoridades encontrem conteúdos comprometedores no aparelho. 

Segundo reportagem do TecMundo, a Polícia Federal realizará uma perícia no celular de Bolsonaro por meio da "cópia forense" para de manter a integridade das provas. Isso significa que uma duplicata exata do celular é produzida logo após a apreensão, para que provas no aparelho original não possam ser acessadas e destruídas remotamente.

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A análise incluirá mensagens de texto, arquivos, chamadas por telefone, aplicativos de conversa, dados de geolocalização, redes sociais e redes de internet acessadas.

Bolsonaro usa o telefone principalmente para encaminhar reportagens e conteúdos de redes sociais considerados relevantes via WhatsApp, segundo uma investigação do jornal O Globo. 

A mesma apuração também descobriu que o ex-presidente apagava mensagens importantes logo após o envio, e que, desde que deixou a Presidência, ele mudou de número de telefone duas vezes e tem restringido cada vez mais o contato com outras pepssoas. 

É incerto se as estratégias adotadas pelo presidente podem impedir a PF de encontrar evidências importantes, o que acusa receio de que os peritos encontrem trocas de mensagens que possam incriminar Bolsonaro em outros inquéritos.

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Ao TecMundo, Matheus Puppe, advogado especializado em tecnologia e proteção de dados do escritório Maneira, explicou que existem vários "macetes" que autoridades usam para procurar provas escondidas em celulares de investigados.

"Dependendo da tecnologia disponível, ainda conseguem verificar informações que foram apagadas, apps que se camuflam de outros apps e softwares que se apagam após o uso", diz.

"Em uma tarefa também mais complexa é possível analisar inclusive os metadados. Eles são pequenas inscrições que ficam armazenadas em imagens, por exemplo, onde é possível descobrir localização, horário e vários outros detalhes da vida da pessoa”.

A Polícia Federal não compartilha informações sobre acesso aos aparelhos celulares de investigados, confirmou a Byte por meio de nota. Entretanto, quando a pessoa não colabora com o compartilhamento de senhas, há opções que podem ser implementadas para investigar de forma rápida o conteúdo no aparelho.

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Cellebrite e o caso Henry Borel 

  • Em 2021, a polícia do Rio de Janeiro utilizou um software israelense na investigação de um caso que chocou o país: a morte do garoto Henry Borel. O software Cellebrite Premium foi usado para desbloquear aparelhos e recuperar dados apagados;
  • A mesma empresa também ofereceu o serviço para a investigação Lava Jato, conforme informações do G1;
  • Por meio do programa Cellebrite Premium, autoridades policiais do Rio de Janeiro investigaram aparelhos de celular e coletaram provas contra o ex-vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros, mãe de Henry Borel. 

O dispositivo será lacrado na presença da defesa e entregue de volta para o usuário depois de periciado. A senha não é obrigatória porque o cidadão não é obrigado a produzir provas contra si mesmo, segundo o direito brasileiro.

Fonte: Redação Byte
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