Uma mineradora de Minas Gerais acionou, nesta quarta-feira (5), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), após o desaparecimento de duas fontes seladas de Césio-137.
De acordo com a Policia Civil do estado, foi instaurado um procedimento investigativo para apurar ocorrência de extravio dos equipamentos. Segundo as normas da CNEN, as fontes são classificadas como "Categoria 5, Baixo Risco", ou "com atividade individual de 5 mCi [milicurie, medida de radioatividade]".
É importante destacar que quanto maior o valor em mCi, maior será a intensidade da radiação emitida pela substância, o que implica em um nível mais elevado de radioatividade.
"Quando utilizadas em medidores de densidade de polpa, as fontes não representam riscos. Elas possuem uma atividade 275 mil vezes menor que a de alguns aparelhos de radioterapia”, disse a mineradora em comunicado.
- O Césio-137 isótopo radioativo do elemento derivado de processos de fissão nuclear;
- Os raios gama emitidos pelo elemento são de alta energia e possuem alto poder de penetração;
- São nocivos aos seres vivos, já podem afetar a estrutura das células.
A Diretoria de Radioproteção e Segurança (DRS/CNEN) enviou uma equipe de licenciamento para apurar as circunstâncias do desaparecimento dos itens.
Ao explicar a segurança dos objetos perdidos, a CNEN disse que eles são encapsulados duas vezes e blindados externamente em aço inoxidável, além de conter equipamentos medidores de densidade.
O Césio-137 e acidentes
Em setembro de 1987, a cidade de Goiânia, no estado de Goiás, foi palco do segundo maior acidente radioativo da história após Chernobyl, envolvendo justamente o césio-137.
O ocorrido foi por conta do descarte incorreto de material hospitalar e violação por desconhecimento, o que afetou centenas de pessoas.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás disse que o acidente da capital com o césio-137 está diretamente relacionado com "o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia".
Perigos
O material é muito perigoso para os humanos porque o césio-137 emite partículas ionizantes e radiações eletromagnéticas, que podem atravessar vários materiais, incluindo a pele e os tecidos do corpo humano.
Dessa forma, a interação do elemento com humanos pode causar alterações em reações que ocorrem nas células dos tecidos vivos, alterando o DNA e podendo causar o aparecimento de células cancerígenas.