O que você pode esperar do futuro do trabalho com o 5G

6 jun 2022 - 02h00
Foto: Adobe Stock

É consenso entre os especialistas que a chegada do 5G no Brasil promete uma revolução disruptiva da internet e da telefonia móvel como conhecemos hoje -- e isso significa muitas oportunidades de trabalho. A inovação tecnológica, prevista para o segundo semestre do ano no país, traz consigo melhor velocidade, produtividade e a chegada de novas profissões no mercado, do técnico ao mais qualificado. Nesse contexto, quais serão as carreiras do futuro?

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), as tecnologias que envolvem nuvem, web mobile, big data e analytics, serão as que mais demandarão novos profissionais nos próximos anos. A expectativa é que, somado às diversas áreas de tecnologia, mais de 670 mil postos de trabalho sejam criados até 2025. Como prova disso, somente na segunda quinzena de março deste ano, o setor de TI movimentou mais de 8 mil vagas no Brasil, sobretudo para as posições de desenvolvedor e programador.

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 A longo prazo, o 5G trará muitos benefícios. A expectativa é a criação tanto de vagas diretas, de técnicos para novos equipamentos e sistemas, quanto de vagas indiretas, de desenvolvedores de produtos e de negócios que ainda vão surgir. Entre as contratações, serão necessários desde o nível operacional - como a atividade na rua para implantar a fibra ótica - até o nível técnico, que envolve engenheiros que projetam as redes que precisam dialogar entre si. Analistas e cientistas de dados também vão ser cada vez mais demandados, bem como os cargos relacionados à segurança e proteção da informação.

Contudo, embora muitas dessas funções sejam possibilitadas pela chegada do 5G ao Brasil, há um grande desequilíbrio entre o número de profissionais habilitados e a demanda. Chama a atenção o fato de os profissionais não conseguirem suprir as necessidades do mercado, seja por insuficiência de mão de obra ou pela falta de qualificação na área de tecnologia. 

De acordo com a Brasscom, os cursos tecnólogos formam em média 46 mil profissionais por ano, mas para suprir o déficit, seriam necessários 70 mil. O fato é que o Brasil precisa investir, urgentemente, na capacitação de profissionais qualificados para atuar no setor que cresce exponencialmente -- que, aliás, não é de hoje.

A nova geração de internet vem para aumentar a demanda por soluções de tecnologia da informação, já acelerada nos últimos anos. A primeira onda da internet levou todas as empresas para a web. Com os smartphones, vieram os apps. E agora, as novas transformações em curso são potencialmente mais profundas. Mais do que nunca, empresas precisam se reinventar.

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Quando olhamos o processo do ponto de vista de gestão, é essencial que as organizações desenvolvam uma cultura empresarial de tecnologia, de forma que ela seja o centro dos seus processos e não uma ferramenta de apoio. Isso abre possibilidade de expandirem departamentos de tecnologia e inseri-los, inclusive, em outras áreas. Hoje vemos profissionais de tecnologia integrados às áreas de marketing digital, por exemplo.

Isso rompe os limites que enxergávamos há alguns anos atrás, onde os profissionais de TI ficavam limitados a suas áreas mais técnicas como desenvolvimento de sites e apps. Hoje eles são desenvolvedores de soluções que tem como propósito entregar valor para todos os stakeholders. O crescimento do setor parece não ter limites. Hoje, o Brasil se encontra na 9ª no Ranking Mundial de TI e segue na liderança no mercado latino-americano, com 44% de participação, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Softwares (Abes).

Certamente, a contratação de profissionais de tecnologia já é uma tendência que seguirá em alta nos próximos anos. O futuro já começou!

(*) Leonardo Casartelli é diretor de marketing do Empregos.com.br, portal de recrutamento e seleção. 

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