Astrônomos da Universidade de Manchester, no Reino Unido, descobriram um objeto misterioso na Via Láctea que é mais massivo que a estrela de nêutrons mais pesada, mas mais leve que o menor buraco negro. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Science, na quinta-feira (18).
O objeto, que orbita uma estrela de nêutrons de rotação rápida, está localizado a cerca de 40 mil anos-luz de distância, dentro de um denso aglomerado de chamado aglomerado globular.
A equipe ainda não consegue identificar se o objeto é uma estrela de nêutrons, um buraco negro ou mesmo um objeto cósmico denso até então desconhecido.
"Qualquer possibilidade para a natureza do companheiro é emocionante", disse o líder da equipe, Ben Stappers, em um comunicado.
"Um sistema pulsar-buraco negro será um alvo importante para testar as teorias da gravidade, e uma estrela de neutrões pesada fornecerá novos conhecimentos sobre a física nuclear em densidades muito elevadas."
A lacuna de massa do buraco negro
A lacuna de massa do buraco negro é uma região na escala de massa entre 2,2 massas solares, que é o limite teórico para a massa de uma estrela de nêutrons, e 5 massas solares, que é a massa do menor buraco negro conhecido.
A existência dessa lacuna sugere que algo pode estar acontecendo com astros com massa entre 2,2 e 5 massas solares.
Uma possibilidade é que elas se fundam em um único buraco negro, outra é que elas se tornem estrelas de nêutrons supermassivas, que ainda não foram observadas.
A descoberta do objeto misterioso na Via Láctea pode ajudar a resolver esse mistério. Se o objeto for um buraco negro, ele preencheria a lacuna de massa e indicaria que a formação de buracos negros é mais comum do que se pensava.
Se o objeto for uma estrela de nêutrons supermassiva, ele forneceria novas informações sobre a física desses objetos.