ONU critica Meta sobre o fim da regulação de conteúdo de ódio em suas plataformas

Executivo exige 'responsabilidade e governança no espaço digital'

10 jan 2025 - 16h07
(atualizado às 19h02)
Assembleia-Geral da ONU
Assembleia-Geral da ONU
Foto: depositphotos.com / palinchak / Perfil Brasil

Nesta sexta-feira, 10, Volker Türk, alto comissário da ONU, se manifestou no X sobre as mudanças de regulação de conteúdo da Meta. "Regulamentar discurso de ódio não é censura", disse.

Além do fim da checagem de fatos, as redes sociais de Mark Zuckerberg - o Instagram, Facebook e Threads -, deixarão de remover conteúdos nocivos, como ofensas a mulheres, refugiados e à comunidade LGBT. Segundo o CEO, apenas conteúdo "claramente perigosos", como incitação a terrorismo ou abuso sexual, por exemplo, serão removidos pelas plataformas.

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"Permitir discurso de ódio e conteúdo nocivo online tem consequências no mundo real. Regulamentar esse tipo de conteúdo não é censura. Meu escritório exige responsabilidade e governança no espaço digital, de acordo com os direitos humanos", disse Türk, na rede social X que, desde que foi comprada por Elon Musk, também não conta mais com checagem de fatos.

Mudanças na Meta

Na terça-feira, 7, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg anunciou um pacote de mudanças regulatórias nas regras de moderação de conteúdo das redes sociais da companhia. Segundo ele, a regulação de conteúdo nas plataformas estava impondo uma "censura" aos usuários.

Com a mudança, a Meta deixará de trabalhar com empresas especializadas em verificações de notícias. Em vez disso, usará o método de Notas de comunidade, ferramenta já implementada no X, de Elon Musk.

Assim, os usuários serão responsáveis por denunciar conteúdos que consideram nocivos para a comunidade e a empresa deixará de regular as postagens nas plataformas.

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A decisão de Zuckerberg deve mudar bastante a experiência dos usuários do Instagram, Facebook e Threads e foi criticada por diversos especialistas. Entretanto, promete agradar os apoiadores de Donald Trump. O presidente eleito disse que suas ameaças a Zuckerberg, no passado, "provavelmente" influenciaram a Meta a mudar suas políticas de moderação. As novidades são uma tentativa do CEO se aproximar do novo governo.

*Mariana Cury é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

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