Cada vez mais furacões atingem maiores níveis na escala que mede a intensidade de ventos — e a culpa disso pode ser atribuída às mudanças climáticas. É o que afirma Mara Cordero-Fuentes, cientista da Nasa e especialista em clima e furacões, quando perguntada sobre a possibilidade dessas tempestades estarem ficando mais fortes nos últimos tempos.
A cientista explica que, baseando-se na tabela de cinco níveis de intensidade com a qual classificamos furacões hoje em dia, cada vez mais tempestades têm atingido os níveis 3, 4 e 5. Ela afirma que o número de furacões nos grupos de intensidade mais alta está maior hoje do que quarenta anos atrás.
“Temos visto mais e mais furacões no Atlântico atingindo categorias maiores, como a 3, 4 ou 5, durante cada temporada”.
Classificação dos ventos
Furacões de categoria 1 produzem ventos de até 153 quilômetros por hora (km/h). Na categoria 2, o teto é de 177 km/h. Tempestades de categoria três têm ventos de até 208 km/h; na quarta categoria os ventos podem atingirde 251 km/h e, na categoria 5 estão os ventos a partir de 252 km/h.
Fuentes pontua que, por outro lado, não é cientificamente possível que um furacão se forme em uma categoria acima da 5. Portanto, não estamos próximos de ter um "furacão categoria 6" a caminho.
E na hora de investigar razões que expliquem o porquê de mais e mais ciclones tropicais alcançarem a categoria três (ou mais) durante as temporadas de furacões, uma das maiores responsabilidades acaba sendo das mudanças climáticas.
Exemplo desses eventos é o Furacão Ian, que atingiu a América do Norte em setembro e foi classificado na escala 4. O fenômeno deixou dezenas de mortos e bilhões de dólares em prejuízos.
“Quanto mais quente a água fica, mais forte e com mais energia o sistema terá — o que aumenta a intensidade”, explica a cientista.
Veja a explicação na íntegra no vídeo abaixo: