Não é história de Halloween, é ciência! Arqueólogos da Universidade Nicolau Copernico, na Polônia, estão estudando ossadas de pessoas consideradas vampiras há cerca de 400 anos.
As ossadas teriam sido encontradas pelos pesquisadores com ferro no pescoço, cadeado no pé e correntes presas ao solo. E, agora, os especialistas estão buscando entender esta prática.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o arqueólogo-chefe da escavação na vila de Pien, professor associado Dariusz Polinski, disse que, embora o termo “vampiro” seja moderno, os europeus centrais medievais acreditavam amplamente que os mortos poderiam retornar como criaturas conhecidas como “upior”.
"Vítimas de doenças, crianças não batizadas e pessoas que tivessem morrido em circunstâncias trágicas eram especialmente temidas", disse Polinski.
Provavelmente, explicou o especialista, a população da época temia essas condições. Com isso, os artefatos, como uma foice no pescoço e um cadeado no pé esquerdo, tinham como objetivo proteger os vivos desta pessoa.
Descobertas começaram em 2022
Os restos mortais de uma mulher jovem, encontrados em 2022, foram a primeira descoberta da equipe polonesa. A ossada estava enterrada sem identificação em um cemitério.
A poucos metros de distância, os arqueólogos descobriram os restos mortais de uma criança enterrada de bruços e, também, com um cadeado no pé.
Os dois corpos foram enterrados como “vampiros”, dizem os arqueólogos. Segundo Polinski, a mulher provavelmente estava doente e pode ter sofrido sintomas que fizeram com que sua comunidade temesse que ela pudesse voltar dos mortos.
Quanto à criança, a equipe de Polinski acredita que deve ter sido uma fonte de maior medo, pois os arqueólogos descobriram que o corpo tinha sido exumado após o enterro e o torso e a cabeça, removidos.
Além destes casos, dezenas de outros corpos foram encontrados com essas características.
Polinski diz que o cemitério foi esquecido no século 18, deixado sem marcas em mapas, marcadores ou lápides. A equipe está planejando mais estudos no local usando radar não invasivo de penetração no solo, informou a Reuters.