Cientistas da Associação Escocesa para Ciências Marinhas (SAMS) descobriram um novo tipo de oxigênio, apelidado de "oxigênio negro", sendo produzido em nódulos polimetálicos (depósitos minerais de ambientes marinhos) no fundo do Oceano Pacífico. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Geoscience.
O processo, que ocorre a mais de 4.000 metros de profundidade, pode mudar a compreensão científica sobre a origem da vida na Terra.
O oxigênio, normalmente, era visto como um subproduto da fotossíntese, realizada por organismos vivos na superfície do oceano.
Agora, no entanto, a equipe da SAMS identificou um aumento de oxigênio em câmaras instaladas no sedimento marinho, mesmo na completa escuridão e sem fotossíntese.
O estudo
A pesquisa revelou que os nódulos, ricos em metais como manganês, cobre e cobalto, atuam como "baterias", gerando corrente elétrica que impulsiona a eletrólise da água, separando suas moléculas em oxigênio e hidrogênio.
Este processo, inédito na vida marinha profunda, abre novas perspectivas para a busca por vida extraterrestre.
"A descoberta da produção de oxigênio por um processo diferente da fotossíntese nos leva a repensar como a vida surgiu na Terra", comenta Nicholas Owens, diretor da SAMS.
Pesquisadores precisam de mais estudos para ampliar o conhecimento da descoberta. Mas, até agora, a perspectiva é que os achados impactam desde a compreensão da história da vida na Terra até a busca por vida em outros planetas.