Para o paulistano, a tecnologia pode ser uma grande aliada na busca por mais qualidade de vida. A conclusão é do estudo 'Smart Citizens’, segunda parte de uma pesquisa feita pela Ericsson adquirida com exclusividade pelo Terra que explora “qual futuro querem os cidadãos do mundo”.
O levantamento mostrou que, para o paulistano, as aplicações de tecnologia com mais potencial de melhorar a vida do cidadão são as soluções que ajudam a monitorar a qualidade da água e contornar o trânsito das cidades. Ainda segundo o estudo, 30% dos moradores do Estado gostariam de ter uma ferramenta para medir o consumo diário de energia elétrica.
De acordo com Michael Björn, responsável pela pesquisa, a crise hídrica pode ser uma das razões que levaram o paulistano a demonstrar grande interesse por aplicações para o controle da qualidade da água. Essa preocupação é mais evidente entre trabalhadores de meio período (50%) e período integral (45%), mas também entre desempregados e donas de casa (47%).
Outra grande preocupação, compreensível a partir desses primeiros dados, é com saúde. Cerca de 56% gostariam de poder contar com um sistema que medisse batimentos cardíacos constantemente e 50% com um detector de postura incorreta.
São índices superiores aos registrados pelos que gostariam de dispor de um sistema de documentos reconhecível por identificação biométrica e um serviço de compartilhamento de carros e bicicletas (ambos com 40%).
Poucas divisões
Uma curiosidade sobre o desejo por esses serviços é que as preferências mudam pouco entre moradores da região central e da periferia. A maior diferença - de oito pontos percentuais - foi registrada no desejo por um serviço de direção em locais internos, algo como um GPS para shoppings e escritórios, entre outros - 79% dos moradores de regiões centrais desejam o sistema, contra 71% dos moradores de regiões periféricas.
E mais, 59% dos paulistanos estão dispostos a ser monitorados pelo governo contanto que sejam claros os usos que serão dados para as suas informações - idealmente, elas seriam usadas para melhorar o controle de tráfego de veículos, por exemplo, ou aprimorar o fluxo de pessoas por uma região da cidade.
São Paulo e Rio de Janeiro
Em outra pesquisa da Ericsson, a cidade de São Paulo surge em 25º lugar entre as 40 grandes metrópoles que mais usam tecnologia da comunicação em sua bases, com impactos em planejamento infraestrutural e em ações nos campos social, econômico e do meio ambiente.
O estudo "Network Society City Index 2014" mostra a capital paulista à frente de Pequim e Xangai, na China, Cidade do México, no México, e Buenos Aires, na Argentina. À frente da cidade de São Paulo estão a capital sueca Estocolmo, que lidera o ranking, seguida de Londres e Paris. Chama a atenção a preserça da cidade de Singapura, em quarto lugar.
De acordo com Patrick Regard, responsável pela análise, São Paulo está no caminho para se transformar em uma das grandes capitais tecnológicas do mundo, mas para isso precisa diminuir a desiguladade na distribuição dessa tecnologia, hoje concentrada no centro expandido de São Paulo, e que falta tecnologia nas regiões periféricas.
Regard ainda indica que o uso das tecnologias está mudando o forjar de lideranças políticas. Para ele, hoje precisamos de administradores mais ligados em tecnologia. "As cidades estão mudando e as lieranças também precisam mudar e começar a distribuir mais poder para as pessoas, por exemplo", disse o cientista.
Ele ainda citou o exemplo de uma cidade brasileira que está fora da pesquisa, o Rio de Janeiro, mas que integrou o Centro de Comando Operacional (CCO) do Estado, que integra secretarias para agir sobre problemas, às necessidades dos cariocas com bastante sucesso. "Por meio do seu CCO, os cidadãos estão participando da vida da cidade - eles avisam sobre buracos, dá notícias do trânsito e alertam para enchentes”, diz. “Com isso, a prefeitura tem como agir e corrigir as falhas rapidamente", completa.
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