Um estudo publicado na revista revista Nature, na última quarta-feira (12), mostrou detalhes sobre sacrifícios humanos praticados na antiga civilização maia.
A análise do genoma de 64 crianças encontradas em uma cisterna artificial perto da pirâmide de Chichén Itzá, no México, sugere que todas as vítimas eram do sexo masculino, muitos eram parentes próximos e alguns eram gêmeos idênticos.
Segundo a pesquisa, os sacrifícios, realizados entre 500 e 900 d.C., faziam parte de um ritual religioso ligado à história dos Heróis Gêmeos, Hunahpu e Xbalanque, figuras presentes no mito maia Popol Vuh (Livro do Conselho).
A datação por radiocarbono indica que as cerimônias eram realizadas em intervalos regulares, possivelmente como forma de apaziguar divindades e garantir colheitas férteis.
A pesquisa
A pesquisa também revela que as crianças sacrificadas eram geneticamente semelhantes à população indígena maia atual da Península de Yucatán.
Essa similaridade genética indica que a comunidade maia local sobreviveu à conquista espanhola no século 16, apesar da devastação causada pelas doenças introduzidas pelos europeus.
A análise do DNA também sugere que os maias sobreviventes desenvolveram resistência à Salmonella, uma bactéria provavelmente introduzida na cultura pelos europeus.
A descoberta lança luz sobre a história da colonização europeia na América e os impactos que ela teve sobre as populações indígenas.