Novas pesquisas da Universidade de Minnesota (EUA) mostraram que algumas pessoas sofrem dificuldades no trabalho por estarem enfrentando um divórcio. Por outro lado há uma outra parcela que encontra a motivação renovada para trabalhar.
Poucas pesquisas haviam sido feitas para estudar os efeitos do fenômeno, mas as professoras da universidade Connie Wanberg e Michelle Duffy, com a aluna Borbala Csillag, publicaram dois estudos sobre o assunto na revista Personnel Psychology recentemente.
A partir da entrevista com mais de 500 pessoas que estavam casadas, passando por um divórcio ou que tinham se divorciado nos últimos cinco anos, as pesquisadoras descobriram algumas informações importantes.
No geral, as pessoas que tinham passado por divórcio relataram menor saúde, pior desempenho e mau humor no trabalho. E se quase 44% dos entrevistados concordou que o divórcio teve um impacto negativo, quase 39% concordou que o divórcio foi positivo no emprego, o que surpreendeu o grupo.
“Descobrimos que as pessoas podem ter experiências muito diferentes com o divórcio e nem tudo é negativo”, afirmou Wanberg. “Alguns compartilharam como se sentiam mais distraídos no trabalho ou até precisavam fazer uma pausa para chorar. Outros compartilharam que seu divórcio removeu um grande fardo de estresse de suas vidas e eles tinham mais energia para enfrentar os objetivos de carreira”, completou.
O tempo cura
Já o segundo estudo, também divulgado na revista, o grupo de pesquisa investigou como a extensão do luto relativo ao divórcio afetou os resultados de trabalho.
Com mais de 200 participantes que estavam se divorciando e trabalhando em tempo integral, a pesquisa durou um ano e mostrou que o fim de um casamento de qualidade, assim como a expectativa de menor estabilidade financeira pós-divórcio, estavam ligadas a impactos negativos no trabalho.
Além disso, os casais que tinham filhos relataram menos sofrimento e menos impactos negativos do que aqueles sem filhos. No geral, o engajamento, o desempenho e a saúde no trabalho melhoraram da época do divórcio para um ano depois da separação. Isso afasta, portanto, o estigma de mau desempenho que essas pessoas sofrem no ambiente corporativo.
Para as cientistas, entender os diferentes impactos do divórcio ajudará gerentes de recursos humanos a apoiar melhor a equipe quando um ou mais membros estiverem enfrentando uma separação. Assim, é possível evitar a perda de produtividade e reconhecer respostas de luto incompreendidas, como temperamento mais curto e menor concentração.
“É importante ter uma comunicação aberta sobre o que melhor se adequaria às necessidades do funcionário em divórcio, seja oferecendo opções de trabalho flexíveis, mais recursos ou até mesmo oportunidades de desenvolvimento de carreira”, comentou Wanberg. Segundo ela, essa postura mostra compaixão e tranquiliza nessa fase de transição.
