Dias após o Twitter ter demitido metade de sua equipe e o novo proprietário Elon Musk ter publicado na rede social recomendação de voto em candidatos republicanos, especialistas eleitorais estão se preparando para uma onda de desinformação online por conta do pleito marcado para terça-feira.
Os pesquisadores que estudam a desinformação eleitoral dizem que ameaças, linguagem ofensiva e falsos rumores de fraude na contagem dos votos estão circulando amplamente antes das eleições de meio de mandato dos Estados Unidos, que determinarão o controle do Congresso pelos próximos dois anos.
As demissões no Twitter na sexta-feira parecem ter resultado em uma "grande desaceleração" nas respostas da empresa a relatos dessas narrativas falsas, de acordo com a Common Cause, uma organização apartidária com sede em Washington e que administra um programa de monitoramento de mídia social para identificar possíveis repressões contra os eleitores.
A Common Cause disse que as equipes do Twitter ainda recebem denúncias sobre tuítes, mas estão demorando mais do que o normal para avaliá-los.
Tuítes denunciados na sexta-feira ainda apareciam como "em revisão" na noite de segunda-feira, embora o processo de análise geralmente leve apenas algumas horas, acrescentou o grupo.
O Twitter, que perdeu muitos membros de sua equipe de comunicação, não se manifestou.
Tanto Musk, quanto o chefe de segurança e integridade do Twitter, Yoel Roth, procuraram tranquilizar usuários, grupos de direitos civis e anunciantes sobre a abordagem da plataforma para as eleições legislativas.
Musk publicou na plataforma um link com regras de conteúdo do Twitter na segunda-feira que causou confusão porque parecia deixar de fora as regras para conteúdo enganoso. Questionado se o Twitter havia parado de agir contra a desinformação, Roth respondeu "não".
O apoio de Musk a um Congresso controlado pelos republicanos também aumenta o risco de desinformação, disse Eddie Perez, membro do conselho do OSET Institute, um grupo apartidário que trabalha com segurança eleitoral e que já trabalhou com integridade cívica da plataforma de mídia social.
"Se o proprietário bilionário do Twitter está apoiando um lado, os usuários podem dar crédito a falsas alegações simplesmente porque podem estar alinhadas com suas aparentes preferências", disse ele.