Em uma descoberta que pode reescrever a história do nosso Sistema Solar, pesquisadores sugerem que Plutão, outrora planeta anão, e Tritão, a maior lua de Netuno, podem ser irmãos gelados com origens entrelaçadas no distante Cinturão de Kuiper.
A pesquisa, conduzida por Kathleen Mandt do Goddard Space Flight Center da Nasa, em Maryland, revela que tanto Plutão quanto Tritão apresentam composições similares, ricas em nitrogênio e com quantidades significativas de metano e monóxido de carbono.
De acordo com os cientistas, essa assinatura química aponta para uma formação conjunta em regiões frias e externas do Sistema Solar primordial, onde o nitrogênio era abundante.
Mandt explicou que eles provavelmente se formaram na mesma região, que não seria onde está agora o Cinturão de Kuiper.
A pesquisa sugere ainda que os dois corpos celestes se originaram a uma distância entre uma e cinco unidades astronômicas (UA) um do outro, antes do Sistema Solar se estabilizar.
Outras informações embasam a teoria da irmandade e incluem a similaridade na densidade de ambos os corpos e a presença de oceanos subterrâneos em seus passados.
Contudo, acredita-se que Tritão foi ejetado de sua região natal por forças gravitacionais e capturado por Netuno, enquanto Plutão permaneceu em seu local de nascimento no Cinturão de Kuiper.
Apesar de terem sido visitados por espaçonaves no passado, Tritão pela Voyager 2 em 1989 e Plutão pela New Horizons em 2015, uma missão para revisitá-los e desvendar completamente os segredos de sua origem ainda é um sonho distante.
A líder do estudo, no entanto, disse que é pouco provável que isso aconteça em breve, pois leva muito tempo para viajar até lá.