O empresário Elon Musk sugeriu que todos os usuários do X (o antigo Twitter), precisarão pagar para ter acesso à plataforma.
Numa conversa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o bilionário disse que um sistema de pagamento era a única forma de combater os robôs e as contas falsas.
"Estamos caminhando para ter um pequeno pagamento mensal pelo uso da plataforma", declarou o empresário, que também é dono da Tesla e da SpaceX.
A BBC entrou em contato com a X para obter mais detalhes, mas ainda não recebeu uma declaração oficial da empresa.
Não está claro se este foi apenas um comentário improvisado ou um sinal de planos mais firmes, que ainda não foram anunciados.
Musk há muito diz que a solução para se livrar de robôs e contas falsas na plataforma de mídia social é cobrar pelos selos de verificação.
Desde que assumiu o Twitter no ano passado, ele tem procurado incentivar os usuários a pagar por um serviço especial oferecido pela plataforma, que agora se chama X Premium.
A versão paga atual dá aos assinantes mais recursos, como postagens mais longas e maior visibilidade.
No entanto, os usuários que não desejam ter uma conta premium ainda podem usar o X de forma gratuita.
Embora exista um claro interesse financeiro de a empresa cobrar dos usuários, Musk insistiu que fazer com que as pessoas paguem pelo serviço tem como objetivo combater os robôs.
"Um bot [robô] custa uma fração de centavo" para ser feito, disse ele. "Mas, se alguém tiver que pagar alguns dólares ou algo assim, o custo efetivo para [fazer] os bots fica muito alto."
O X Premium custa atualmente R$ 60 por mês no Brasil (há valores diferentes, de acordo com a plataforma utilizada e a forma de pagamento). O preço também varia segundo o país em que o assinante se encontra.
Musk, pessoa mais rica do mundo, disse que agora procura opções mais baratas para os usuários.
"Na verdade, vamos propor um preço mais baixo. Queremos que seja apenas uma pequena quantia", disse ele.
"Essa é uma longa discussão, mas, em minha opinião, essa é a única defesa que temos contra os exércitos de bots", acrescentou Musk.
Ao condicionar o acesso ao X a um acesso pago, no entanto, há o medo de que a plataforma possa perder uma grande parte de seus usuários. Isso, por sua vez, reduziria as receitas de publicidade, que atualmente representam a principal fatia de ganhos da empresa.
Na conversa com o primeiro-ministro israelense, Musk também abordou o antissemitismo no X.
A plataforma foi acusada pelo grupo Liga Antidifamação (ADL) de não fazer o suficiente para impedir a divulgação de conteúdo antissemita.
Num comunicado, o grupo afirmou que Musk estava "se engajando e dando proeminência" aos antissemitas.
No início deste mês, o empresário disse que X iria processar a ADL para "limpar o nome da nossa plataforma".
Na conversa com Netanyahu, Musk reiterou que é "contra o antissemitismo".
Netanyahu ponderou que o equilíbrio entre liberdade de expressão e moderação de conteúdo era um desafio, mas instou Musk a buscar esse meio termo.
"Espero que você encontre, dentro dos limites, a capacidade de parar não apenas com o antissemitismo, mas com qualquer ódio coletivo às pessoas que o antissemitismo representa", disse ele.
"Sei que você está comprometido com isso", completou Netanyahu.