Por que raios têm formato de ziguezague, segundo a física

Segundo pesquisador, descoberta é importante para proteger melhor pessoas e edifícios de serem atingidos pelas descargas elétricas

24 nov 2022 - 12h21
(atualizado às 12h24)
Físicos descobrem ouro e resolvem mistério de anos sobre raios
Físicos descobrem ouro e resolvem mistério de anos sobre raios
Foto: Pixabay

Em meio a uma forte tempestade, as chances de ser atingido por um raio são de menos de uma em um milhão. Cientistas de todo o mundo têm debatido por anos outros mistérios, como por que um raio faz ziguezagues e como ele está conectado à nuvem de trovão acima.

Agora, um físico da Universidade do Sul da Austrália publicou um artigo na revista científica Journal of Physics que deve resolver esses mistérios. 

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Como um raio pode viajar por quilômetros 

John Lowke, ex-cientista do Csrio, órgão de pesquisa científica da Austrália, e agora professor adjunto de pesquisa da UniSA, disse que existem alguns livros didáticos sobre raios, mas nenhum explica como os ziguezagues (chamados degraus) se formam, por que a coluna eletricamente condutora que conecta os degraus com a nuvem permanece escura e como o raio pode viajar por quilômetros. 

Em seu estudo, no entanto, Lowke afirma que a resposta pode estar nas moléculas de oxigênio metaestáveis. Ou seja, o raio acontece quando os elétrons atingem as moléculas de oxigênio com energia suficiente para criar moléculas de oxigênio delta-singlete (singlete é uma espécie eletronicamente excitada da molécula de oxigênio) de alta energia.

Após colidir com as moléculas, os elétrons "descolados" formam uma etapa altamente condutora —  inicialmente luminosa — que redistribui o campo elétrico, o que causa etapas posteriores, diz ele. 

Dessa forma, a chamada "coluna condutora" que conecta o degrau à nuvem permanece escura quando os elétrons se ligam às moléculas neutras de oxigênio, ocorrendo assim um desprendimento imediato dos elétrons ao longo das moléculas singleto delta.

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Raios atingem edifícios altos e isolados
Foto: Telesíntese

Importância da descoberta 

De acordo com o pesquisador, é necessário entender como o raio é iniciado para que possamos descobrir como proteger melhor edifícios, aviões, arranha-céus, igrejas valiosas e pessoas.

Ainda que seja raro seres humanos serem atingidos por raios, prédios, especialmente os mais altos e isolados, são atingidos muitas vezes durante o ano. 

Há uma solução para proteger estruturas, o pára-raios inventado por Benjamin Franklin em 1752, que funciona basicamente como um arame de cerca grosso que é preso ao topo de um edifício e conectado ao solo. Ele é projetado para atrair raios e aterrar a carga elétrica, evitando que o prédio seja danificado.

Apesar disso, há outras centenas de estruturas que atualmente não são protegidas, incluindo galpões de abrigo em parques, muitas vezes feitos de ferro galvanizado e sustentados por postes de madeira.

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Segundo Lowke, “melhorar a proteção contra raios é tão importante agora devido a eventos meteorológicos mais extremos causados pelas mudanças climáticas".

"Além disso, enquanto o desenvolvimento de materiais compostos ecológicos em aeronaves está melhorando a eficiência de combustível, esses materiais aumentam significativamente o risco de danos causados por raios, por isso precisamos olhar para medidas de proteção adicionais”, afirmou.

Fonte: Redação Byte
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